quarta-feira, junho 28, 2006

Educação...

A lógica da educação em Portugal padece de inúmeros problemas. Já aqui verberei contra alguns, e hoje continuarei...
Na ordem do dia está a incompetência dos professores. Pois bem, concordo que deveria ser feita uma avaliação justa mas rigorosa de quem ensina. Sou a favor que haja o afastamento de certos professores que não cumpram a sua função. Numa lógica empresarial, os efectivos que não produzem/rendem, são despedidos. Esta forma de pensar deveria ser aplicada no ensino. ISto porque o produto das escolas deverá ser um conjunto de alunos bem formados e capazes de se tornarem activos profissionais. Obviamente, a avaliação não pode ser quantitativa (nº de aprovações e reprovações)mas qualitativa. Bem sei que isto exige um grande número de avaliadores, mas é a única forma de peneirar os bons professores. Temos muitos professores empregados e desempregados, e nestes dois grupos há bons e maus. E temos de conseguir ficar só com os muito bons. OS outros que se dediquem a outras coisas. Sou um exemplo: sei que seria um bom professor de História (porque tenho a capacidade de fazer as pessoas interessar-se pelos pormenores históricos e daí passarem para o contexto geral), mas ao analisar a escola secundária que frequentei e o quadro universitário, desisti da ideia, pois não queria ser mais uma "ovelha no rebanho". Em conclusão, não tenho dúvidas em dizer que há muitos maus professores que deveriam fazer outra coisa, e outros bons que não estão a ter hipótese de o fazer.
Por outro lado, temos os alunos. Não vou fazer a apologia desta ou daquela geração... Os jovens de hoje tem um certo contexto que tem de ser entendido. Nem só os alunos provenientes de meios mais desfavorecidos demonstram apatia ou desinteresse. A era da televisão, já enormemente abrangente, foi substituida pela era da internet, dos i-pods, etc. Não aprece ser muita diferença mas o facto de cada um poder escolher a informação que quer receber (e não a programação estabelecida pela tv) e apreender, tem tanto de benéfico como de prejudicial. Se por um lado chega a mais pessoas, por outro lado faz com que cada um se disperse na informação recolhida. E por isto mesmo, o amadurecimento dos jovens é ambíguo,pois se recebem a informação (veja-se o sexo) cada vez mais cedo, não tem estruturas mentais críticas para poder fazer escolhas correctas. E em vez de lutar contra a apatia e aproveitar esse background e know-how tecnológico, os jovens tem perdido o rumo.
Por tudo isto, cada vez menos entendo e aceito que as escolhas vocacionais sejam feitas aos 15/16 anos. Elas terão de ser feitas entre os 18/20, sendo a educação comum até lá. E quando digo isto, estou a pensar, por exemplo, que nos liceus e universidades norte-americanas existem disciplinas/cadeiras como Desporto ou Música que podem conceder bolsas. Mas pelos vistos em Portugal, a partir de certa idade, a actividade física deve ser feita fora do ambiente educativo (e depois admirem-se de 50% dos portugueses serem obesos). A escolha deverá ser feita de uma forma pensada e maturada, e para isso é preciso que os próprios alunos sejam maduros...

Mas a culpa não cai só nos professores e nos alunos. O mau exemplo vem de cima. Quem tem de organizar os diversos aspectos do sistema educativo é o Governo. E tem havido muito receio de mudar coisas que tem de ser mudadas, por causa de lobbies. Dou um exemplo de uma situação que seria facilmente organizada e que todos os anos dá problemas: os manuais escolares. Todos os anos os orçamentos de cada família recebem um rombo em Agosto/Setembro. Ou então, as edições esgotam-se e as aulas começam sem que os alunos tenham livros. Ora isto tem uma solução simples; em vez de imprimir o manual completo, seria melhor dividir em fascículos mensais que pudessem ser compilados numa capa arquivadora. Ora, assim seria mais fácil às editoras conseguirem imprimir tudo a tempo; seria mais fácil às famílias comportar os gastos mensalmente; seria amis fácil avaliar em que ponto cada turma estaria na matéria; e seria mais fácil para os alunos levar os manuais para a escola poia não tinham de levar matérias desnecessárias.

Acho que é simples, nmes neste país é tudo complicado...

Assim vai o mundo...

Sem comentários: