Quem me conhece, sabe que não gosto de falar no caso Casa Pia... Prefiro que seja a justiça a seguir o seu rumo e que se apurem os factos! No entanto, tenho a minha opinião sobre as coisas e sobre as personagens... Devo admitir que desde cedo que a figura de José Maria Martins me fez imensa confusão. Sempre o achei presunçoso e oportunista! Talvez seja a minha antipatia natural por advogados que defendam réus que confessam o crime e ainda assim o tentem ilibar, mas a verdade é que nunca simpatizei...
Ora bem, estava eu hoje com alguns dos meus colegas de casting a lanchar numa pastelaria em Lisboa, quando reparo que numa mesa estava sentado esse senhor, acompanhado com outras pessoas. Por acaso, comentei imediatamente que não gostava dele... Passado uns momentos, o grupo em que estava inserido sai da pastelaria e qual não é o meu espanto, quando ainda à porta dá um estalo a uma criança pequena que presumo ser sua filha! Apesar de não concordar com aquele tipo de educação, haveria algum direito nele por ser a figura paternal. Mas logo a seguir vejo uma senhora, talvez a mulher dele, a pegar na criança e leva-la para um jipe estacionado em frente... Aí, o Sr. Martins, empurra a mulher para dentro do carro num acto violento. A seguir fecha-lhe a porta com violência e, não satisfeito, dá um murro no vidro de trás... Talvez em pânico a mulher arranca rapidamente, mas trava alguns metros à frente! Abre o vidro o suficiente para lhe entregar algo e receber outra pancada no carro...
Esta cena não durou mais de trinta segundas e apanhou-nos estupefactos! Logo brincamos que se tivessemos uma máquina fotográfica, seria uma capa de jornal no dia seguinte... Mas realmente, chocou-me... Até podia ser uma pessoa que eu simpatizasse mas aquela reacção, ou aquelas, foram demasiado vis para serem entendidas! Espero é não ter de o ouvir mais a falar de direitos ou deveres, porque se isso acontecer, desligo a TV... Não tenho paciência para falsos moralismos...
Assim vai o mundo...
terça-feira, maio 31, 2005
domingo, maio 29, 2005
A França e a Europa...
Os franceses nunca foram uns fervorosos europeístas. São um povo com uma consciência nacional enorme e que gosta de fazer sentir o seu peso no colectivo do velhor continente.
Desde o início das comunidades europeias, o eixo franco-alemão foi o motor da integração económica e política. Agora, após uma crise económica germânica, surgem as dúvidas existencialistas gaulesas... Cansados da política interna (sobretudo de Chirac) e duvidosos da consistência agregadora da nova Europa a 25, o eleitorado francês decidiu dar uma prova do seu poder eleitoral! Contrariando o abstencionismo que normalmente caracteriza as eleições ou referendos relativos à UE, cerca de 80% dos franceses foram às urnas e votaram maioritariamente "Não" ao projecto constitucional europeu... Esta resposta negativa, a que se seguirá o provável "Não" holândes, não põe em risco a União, mas obriga a uma paragem e reflexão conjunta dos novos caminhos a traçar pelos povos europeus...
Caberá também ao português Durão Barroso, presidente da mais forte instituição comunitária, o papel de iniciar o debate que conduza a uma solução pacificadora e evolucionista... A minha proposta é que se procure uma maior e mais decisiva intervenção dos cidadãos... Afinal, quantos de nós se sentem verdadeiros cidadãos europeus?
Assim vai o mundo...
Desde o início das comunidades europeias, o eixo franco-alemão foi o motor da integração económica e política. Agora, após uma crise económica germânica, surgem as dúvidas existencialistas gaulesas... Cansados da política interna (sobretudo de Chirac) e duvidosos da consistência agregadora da nova Europa a 25, o eleitorado francês decidiu dar uma prova do seu poder eleitoral! Contrariando o abstencionismo que normalmente caracteriza as eleições ou referendos relativos à UE, cerca de 80% dos franceses foram às urnas e votaram maioritariamente "Não" ao projecto constitucional europeu... Esta resposta negativa, a que se seguirá o provável "Não" holândes, não põe em risco a União, mas obriga a uma paragem e reflexão conjunta dos novos caminhos a traçar pelos povos europeus...
Caberá também ao português Durão Barroso, presidente da mais forte instituição comunitária, o papel de iniciar o debate que conduza a uma solução pacificadora e evolucionista... A minha proposta é que se procure uma maior e mais decisiva intervenção dos cidadãos... Afinal, quantos de nós se sentem verdadeiros cidadãos europeus?
Assim vai o mundo...
sexta-feira, maio 27, 2005
Elogio à mãe...
Minha querida mãe,
quantas vezes me esqueço de dizer o quanto és importante para mim! Quem melhor que tu me entende, me dá um carinho, me repreende suavemente... Contigo toda a vida se torna simples, pois tens sempre um sorriso pronto a animar o dia mais cinzento! Foram anos a correr comigo para o hospital quando adoeci, a ouvir os meus desabafos quando sofri, a corrigir-me quando desobedeci. Nunca te acusarei de nada porque soubeste dar-me a responsabilidade suficente para assumir os meus sucessos e insucessos...
Não sou e nunca serei o filho perfeito, pois sei que poderia ser muito melhor... Mas esta é a minha maneira de ser e em nada tiveste disso culpa. Não te digo as vezes que devia que és a melhor mãe do mundo, esqueço-me de te dar um carinho todos os dias, tomo como certo que irás estar sempre a meu lado... Mas isso não vai acontecer! E nesse dia, espero ter a força que sempre demonstraste possuir e fazer com que te orgulhes de mim...
Por tudo isto quero que saibas que jamais te esquecerei!
Assim vai o (meu) mundo...
quantas vezes me esqueço de dizer o quanto és importante para mim! Quem melhor que tu me entende, me dá um carinho, me repreende suavemente... Contigo toda a vida se torna simples, pois tens sempre um sorriso pronto a animar o dia mais cinzento! Foram anos a correr comigo para o hospital quando adoeci, a ouvir os meus desabafos quando sofri, a corrigir-me quando desobedeci. Nunca te acusarei de nada porque soubeste dar-me a responsabilidade suficente para assumir os meus sucessos e insucessos...
Não sou e nunca serei o filho perfeito, pois sei que poderia ser muito melhor... Mas esta é a minha maneira de ser e em nada tiveste disso culpa. Não te digo as vezes que devia que és a melhor mãe do mundo, esqueço-me de te dar um carinho todos os dias, tomo como certo que irás estar sempre a meu lado... Mas isso não vai acontecer! E nesse dia, espero ter a força que sempre demonstraste possuir e fazer com que te orgulhes de mim...
Por tudo isto quero que saibas que jamais te esquecerei!
Assim vai o (meu) mundo...
Um cargo de uma vida...
Já aqui referi que gostava de trabalhar numa área ligada à ajuda humanitária ou ajuda ao desenvolvimento... Acredito que é preciso uma certa maneira de ser porque é exigente! É preciso ter coragem de abdicar de um pouco da nossa vida e conforto para dedicar-nos aos outros...
Apesar de não concordar com algumas medidas e atitudes enquanto Primeiro-Ministro, António Guterres sempre me pareceu alguém com preocupações sociais e humanitária... Soube agora que o seu sonho seria dirigir o Banco Mundial... Pois bem, não foi bem esse o cargo, mas outro de igual importância. Depois da ausência da política nacional e exilio na Internacional Socialista, eis que surgiu a possibilidade de assumir o cargo de Alto Comissário para os Refugiados na ONU... É um cargo prestigiante e de muita responsabilidade. É uma organização que move milhões de dólares e que está encarregue por zelar por milhares de pessoas que todos os dias são obrigadas a abandonar o seu país natal por causa de guerras, fome ou desemprego...
Não é uma tarefa fácil, e fico muito contente que caiba a um português esse trabalho que tem de ser exaustivo e permanente... Será uma batalha complicada porque é um problema diário e interminável mas estou confiante que ele se sairá bem... Ele possui uma bela rede de contactos e uma capacidade acima da média de gerar consensos...
Assim vai o mundo...
Apesar de não concordar com algumas medidas e atitudes enquanto Primeiro-Ministro, António Guterres sempre me pareceu alguém com preocupações sociais e humanitária... Soube agora que o seu sonho seria dirigir o Banco Mundial... Pois bem, não foi bem esse o cargo, mas outro de igual importância. Depois da ausência da política nacional e exilio na Internacional Socialista, eis que surgiu a possibilidade de assumir o cargo de Alto Comissário para os Refugiados na ONU... É um cargo prestigiante e de muita responsabilidade. É uma organização que move milhões de dólares e que está encarregue por zelar por milhares de pessoas que todos os dias são obrigadas a abandonar o seu país natal por causa de guerras, fome ou desemprego...
Não é uma tarefa fácil, e fico muito contente que caiba a um português esse trabalho que tem de ser exaustivo e permanente... Será uma batalha complicada porque é um problema diário e interminável mas estou confiante que ele se sairá bem... Ele possui uma bela rede de contactos e uma capacidade acima da média de gerar consensos...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, maio 26, 2005
Pessoas como nós...
Já aqui falei anteriormente de crianças ou pessoas especiais (que sofrem de autismo, Trissomia 21 ou síndrome de Down). Recuso-me liminarmente a chamar-lhes atrasados ou deficientes, uma vez que carrega uma carga negativa e falaciosa! Apesar de terem algumas limitações, são pessoas capazes e até conseguem executar certos trabalhos melhor que nós, os chamados normais...
Hoje vi uma reportagem na tv sobre algumas destas pessoas e sobre o trabalho desenvolvido pela APECI (Associação para a Educação de Crianças Inadaptadas). Mais uma vez fascinou-me os pequenos aspectos destas pessoas! O facto de serem capazes de efectuar muitas tarefas, sobretudo de precisão. O exemplo dado foi o das pequenas torneiras das máquinas de café. Penso que faria uma ao fim de cinco minutos, e ali estava um grupo de pessoas que em segundos faziam uma dezena... Quem é o atrasado nesta equação? Outro aspecto que me marcou foi o facto de estes trabalhadores não fazerem greves, não faltarem e cumprirem as férias por obrigação. Os patrões chamam-lhes empregados exemplares! E tudo isto porque lhes foi dado uma oportunidade...
Temos muitas vezes preconceitos contra estas pessoas, apenas porque nasceram diferentes... Para além de sermos tolerantes, temos de aprender a olhar para toda a gente como pessoas normais capazes de efectuar qualquer trabalho...
Assim vai o mundo...
Hoje vi uma reportagem na tv sobre algumas destas pessoas e sobre o trabalho desenvolvido pela APECI (Associação para a Educação de Crianças Inadaptadas). Mais uma vez fascinou-me os pequenos aspectos destas pessoas! O facto de serem capazes de efectuar muitas tarefas, sobretudo de precisão. O exemplo dado foi o das pequenas torneiras das máquinas de café. Penso que faria uma ao fim de cinco minutos, e ali estava um grupo de pessoas que em segundos faziam uma dezena... Quem é o atrasado nesta equação? Outro aspecto que me marcou foi o facto de estes trabalhadores não fazerem greves, não faltarem e cumprirem as férias por obrigação. Os patrões chamam-lhes empregados exemplares! E tudo isto porque lhes foi dado uma oportunidade...
Temos muitas vezes preconceitos contra estas pessoas, apenas porque nasceram diferentes... Para além de sermos tolerantes, temos de aprender a olhar para toda a gente como pessoas normais capazes de efectuar qualquer trabalho...
Assim vai o mundo...
terça-feira, maio 24, 2005
Africa...
Pouca gente sabe que hoje é o Dia de África... Para quem me conhece sabe que é um continente que me é muito querido! Apesar de nunca o ter visitado, tenho uma afinidade enorme com a terra, os cheiros, os sabores (ah, da muamba ao cuscus), os gentios...
O meu lado humanista faz com que o meu coração fique destroçado, pois com uma riqueza natural incrível (que podemos ver nas magníficas imagens que nos chegam), os países africanos não conseguem descolar da miséria. A culpa pode ser atribuída a muitos factores (descolonização tardía, guerras civis e tribais, corrupção dos dirigentes), mas os povos africanos não podem estagnar à sombra de erros passados. Tem de pegar nas coisas boas e avançar para a construção de democracias fortes, economias igualitárias, sociedades livres...
Apesar de ser um continente enorme, com mais de 50 países, tornou-se usual falar de África como um continente homogéneo com problemas iguais. Se em certos aspectos tal é verdade, não nos podemos esquecer dos particularismos de cada nação com as suas coisas boas e más... A comunidade internacional tem um papel fundamental no crescimento destes países, seja evitando possíveis genocídios (no Ruanda, a actuação surgiu tarde demais) ou na suavização das suas dívidas externas (como Angola tenta fazer, sobretudo com Portugal)...
Não escondo que gostava de ter ou pertencer a uma ONG que trabalhasse no continente africano. Aliás, se escolhi o meu curso foi porque queria trabalhar nessa área. Apesar de andar agora um pouco afastado, esse é ainda um dos meus objectivos que espero cumprir! Um Euromilhões dava jeito...
Assim vai o mundo...
O meu lado humanista faz com que o meu coração fique destroçado, pois com uma riqueza natural incrível (que podemos ver nas magníficas imagens que nos chegam), os países africanos não conseguem descolar da miséria. A culpa pode ser atribuída a muitos factores (descolonização tardía, guerras civis e tribais, corrupção dos dirigentes), mas os povos africanos não podem estagnar à sombra de erros passados. Tem de pegar nas coisas boas e avançar para a construção de democracias fortes, economias igualitárias, sociedades livres...
Apesar de ser um continente enorme, com mais de 50 países, tornou-se usual falar de África como um continente homogéneo com problemas iguais. Se em certos aspectos tal é verdade, não nos podemos esquecer dos particularismos de cada nação com as suas coisas boas e más... A comunidade internacional tem um papel fundamental no crescimento destes países, seja evitando possíveis genocídios (no Ruanda, a actuação surgiu tarde demais) ou na suavização das suas dívidas externas (como Angola tenta fazer, sobretudo com Portugal)...
Não escondo que gostava de ter ou pertencer a uma ONG que trabalhasse no continente africano. Aliás, se escolhi o meu curso foi porque queria trabalhar nessa área. Apesar de andar agora um pouco afastado, esse é ainda um dos meus objectivos que espero cumprir! Um Euromilhões dava jeito...
Assim vai o mundo...
Poesia
Descobri um dos mais belos poemas que me passaram pelos olhos... Decidi pôr a versão original e a tradução... Ah, foi escrito por Rudyard Kipling!
If...
"If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;
If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools;
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on";
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!"
Se...
"Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;
Se és capaz de pensar — sem que a isso só te atires;
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao mínimo fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais — tu serás um homem, ó meu filho!"
If...
"If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;
If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools;
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on";
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!"
Se...
"Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para esses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;
Se és capaz de pensar — sem que a isso só te atires;
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao mínimo fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais — tu serás um homem, ó meu filho!"
segunda-feira, maio 23, 2005
Não largo o osso do CC...
Pois bem, a verdade é que a minha aventura televisiva continua... Hoje foi o anuncio dos 15 finalistas! Ou seja, 5 dos candidatos foram eliminados... Apesar de estar naturalmente contente, é com alguma tristeza que vejo sair colegas desta epopeia sobretudo o alentejano (João Abreu) que estava comigo desde o primeiro casting, o Tiago que foi sempre super simpático e o Big Alex (Gravanita) com a sua recheada história de vida... Mas infelizmente tiveram de abandonar este barco e seguir para uma nova aventura!
Não estava nervoso, aliás, é raro isso acontecer mas ao olhar para o lado quando estavam todos os candidatos, pensei que havia a hipótese de não passar... No entanto, tudo correu pelo melhor!
Posso agora confessar que acho que não passarei à próxima fase! Penso que há candidatos muito fortes e que merecem la estar... Mas o bichinho da tv ficou e mesmo que não consiga ficar no CC, gostava de fazer outro programa! A ver vamos como diria o cego...
Assim vai o (meu) mundo..
Não estava nervoso, aliás, é raro isso acontecer mas ao olhar para o lado quando estavam todos os candidatos, pensei que havia a hipótese de não passar... No entanto, tudo correu pelo melhor!
Posso agora confessar que acho que não passarei à próxima fase! Penso que há candidatos muito fortes e que merecem la estar... Mas o bichinho da tv ficou e mesmo que não consiga ficar no CC, gostava de fazer outro programa! A ver vamos como diria o cego...
Assim vai o (meu) mundo..
domingo, maio 22, 2005
O maravilhoso mundo da bola...
Eis que chegou ao fim o mais estranho e competetivo campeonato de futebol que há memória. Quero escrever um artigo sobre isto mas que não suscite sono nas mulheres ou fanatismos nos homens...
Desde já parabéns ao Benfica! Não foi o melhor dos campeonatos, não é o meu clube mas se acabou em 1º jugar merece ser campeão durante um ano. Esta Superliga ficou marcada por uma descida inegável do Porto (explicada em parte pela juventude do plantel e anormais mudanças de treinador), da incompreensível irregularidade do Sporting (pela excessiva dependência de Liedson e incapacidade do treinador para ler o jogar o jogo ou fazer alterações), e da regularidade sofrível mas pragmática do Benfica (pela escassez de bons jogadores e estilo antiquado do treinador). Com pouco mais de 11 jogadores, "il Trap" soube espreme-los e conseguir ir somando pontos com vitórias pouco ou nada convincentes mas preciosas. A má performance dos três grandes (o Benfica foi o campeão com a mais baixa média de pontos de sempre) teve causa e efeito na subida dos outros clubes que conquistaram muitos pontos que à partida seriam perdidos. Fala-se que foi um campeonato nivelado por baixo, mas eu não concordo pois se é verdade que houve um deficit de rendimento dos grandes (ainda assim o Porto chegou aos oitavos de final da Liga dos Campeões e o Sporting à final da Taça UEFA), os clubes de pequena e média dimensão começaram a praticar um futebol mais desinibido e atacante...
Sempre fui um defensor do futebol de ataque! Se por exemplo o segundo ano do Mourinho no Porto rendeu a competição mais importante, recordo com mais saudade o 4-3-3 que deu a Taça UEFA. O sistema 4-3-3 permite uma maior distribuição no campo e um pressing defensivo mais avançado ( que permite recuperar a bola mais rapidamente e por consequência atacar mais vezes) em detrimento do maior povoamento do meio-campo e segurança do 4-4-2. Todas estas considerações eram já conhecidas mas José Mourinhi tornou-as uma ciência. O que dizer de alguém que em poucos anos passou de treinador-adjunto a melhor treinador do mundo? Muito estudo, muito instinto e alguma sorte fizeram com que se tornasse o mais bem pago dos treinadores e detentor de vários troféus... Acusado de ser arrogante, Mourinho usa como ninguém o ódio que muitos lhe tem para criar jogos psicológicos a seu favor. Ele é muito bom no que faz, quem sabe o melhor, e por isso lhe são perdoados excessos de personalidade, sobretudo agora que está lá fora...
Para terminar este artigo sobre o futebol, faço uma homenagem. Não daquelas bacocas e populistas, mas sentida e profunda! Jorge Perestrelo foi uma das pessoas que mais gostei de ouvir. O seu estilo transpirava África, dava ao futebol aquele sabor da muamba e do gindungo... Ele adorava o relato e poder transmitir o que via ou que pensava ver! Muitas expressões ficaram agora sem dono porque morreu o homem que sendo benfiquista, eu ouvi pedir ao Porto "mais uma vitória" e afirmar "Eu te amo Sporting"... Morreu um dos mestres...
Assim vai o mundo...
Desde já parabéns ao Benfica! Não foi o melhor dos campeonatos, não é o meu clube mas se acabou em 1º jugar merece ser campeão durante um ano. Esta Superliga ficou marcada por uma descida inegável do Porto (explicada em parte pela juventude do plantel e anormais mudanças de treinador), da incompreensível irregularidade do Sporting (pela excessiva dependência de Liedson e incapacidade do treinador para ler o jogar o jogo ou fazer alterações), e da regularidade sofrível mas pragmática do Benfica (pela escassez de bons jogadores e estilo antiquado do treinador). Com pouco mais de 11 jogadores, "il Trap" soube espreme-los e conseguir ir somando pontos com vitórias pouco ou nada convincentes mas preciosas. A má performance dos três grandes (o Benfica foi o campeão com a mais baixa média de pontos de sempre) teve causa e efeito na subida dos outros clubes que conquistaram muitos pontos que à partida seriam perdidos. Fala-se que foi um campeonato nivelado por baixo, mas eu não concordo pois se é verdade que houve um deficit de rendimento dos grandes (ainda assim o Porto chegou aos oitavos de final da Liga dos Campeões e o Sporting à final da Taça UEFA), os clubes de pequena e média dimensão começaram a praticar um futebol mais desinibido e atacante...
Sempre fui um defensor do futebol de ataque! Se por exemplo o segundo ano do Mourinho no Porto rendeu a competição mais importante, recordo com mais saudade o 4-3-3 que deu a Taça UEFA. O sistema 4-3-3 permite uma maior distribuição no campo e um pressing defensivo mais avançado ( que permite recuperar a bola mais rapidamente e por consequência atacar mais vezes) em detrimento do maior povoamento do meio-campo e segurança do 4-4-2. Todas estas considerações eram já conhecidas mas José Mourinhi tornou-as uma ciência. O que dizer de alguém que em poucos anos passou de treinador-adjunto a melhor treinador do mundo? Muito estudo, muito instinto e alguma sorte fizeram com que se tornasse o mais bem pago dos treinadores e detentor de vários troféus... Acusado de ser arrogante, Mourinho usa como ninguém o ódio que muitos lhe tem para criar jogos psicológicos a seu favor. Ele é muito bom no que faz, quem sabe o melhor, e por isso lhe são perdoados excessos de personalidade, sobretudo agora que está lá fora...
Para terminar este artigo sobre o futebol, faço uma homenagem. Não daquelas bacocas e populistas, mas sentida e profunda! Jorge Perestrelo foi uma das pessoas que mais gostei de ouvir. O seu estilo transpirava África, dava ao futebol aquele sabor da muamba e do gindungo... Ele adorava o relato e poder transmitir o que via ou que pensava ver! Muitas expressões ficaram agora sem dono porque morreu o homem que sendo benfiquista, eu ouvi pedir ao Porto "mais uma vitória" e afirmar "Eu te amo Sporting"... Morreu um dos mestres...
Assim vai o mundo...
sábado, maio 21, 2005
O homem do piano...
Por estes dias, o Reino Unido ( e um pouco o Mundo) vive um mistério curioso e fascinante. Há uns tempos apareceu numa praia britânica um estranho homem com as roupas molhadas... Não dizia uma palavra e quando lhe entregaram um papel e uma caneta, desenhou na perfeição um piano de cauda. Uma escolha que deixou a polícia intrigada, e que mais ficou quando tal personagem começou a tocar exemplarmente e de forma incansável peças de Mozart, Liszt ou Haydn quando lhe puseram um piano verdadeiro à frente. Horas e horas em que o seu espírito acalmou e demonstrou que nem sempre são precisas palavras para comunicar... Mas o mistério de quem ele é e porque "deu à costa" em tal sítio mantém-se...
Acho fascinantes estes pequenos mistérios pessoais que o mundo oferece... Já houve mais situações destas em que alguém extravagante surge e nos deixa intrigados. São pequenas personagens cuja aura misteriosa que carregam nos fazem pensar em coisas mais extra-sensoriais... Com certeza que este homem tem uma família, uma história, um passado... Mas sabe tão bem, por vezes, deixar que a magia se mantenha. Como se ele tivesse surgido de parte alguma com o único objectivo de tocar piano...
Se quiserem uma sugestão cinéfila relacionada com estes assuntos, vejam o "Shine" ou o "K-Pax"...
Assim vai o mundo...
Acho fascinantes estes pequenos mistérios pessoais que o mundo oferece... Já houve mais situações destas em que alguém extravagante surge e nos deixa intrigados. São pequenas personagens cuja aura misteriosa que carregam nos fazem pensar em coisas mais extra-sensoriais... Com certeza que este homem tem uma família, uma história, um passado... Mas sabe tão bem, por vezes, deixar que a magia se mantenha. Como se ele tivesse surgido de parte alguma com o único objectivo de tocar piano...
Se quiserem uma sugestão cinéfila relacionada com estes assuntos, vejam o "Shine" ou o "K-Pax"...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, maio 20, 2005
Os meus amigos felinos...
São várias as coisas que me diferenciam da maioria... Decidi hoje falar de mais uma!
Normalmente as pessoas gostam de cães. São os animais domésticos que as pessoas preferem, porque são amistosos e fiéis. Nada tenho contra eles, aliás, se puder terei um cão numa futura casa (se possível, um Golden Retriever ou Labrador, ou seja um cão Scotex), porém sou um homem dos felinos. Acho muito mais piada aos felinos, e se tivesse de escolher entre um cão e um gato, o miar soava mais alto. Devo até confessar que gostava de ter uma pantera negra ou um puma, mas não podendo ser, contentar-me-ia com um gato preto de olhos azuis-esverdeados... Porquê esta descrição? Não sei, mas sempre tive uma vontade enorme de chegar a casa à noite e ser recebido por uns olhos brilhantes...
Bem sei que dirão que os gatos são traiçoeiros, mas eu apenas os acho mais independentes. Tal como as pessoas, não são mecânicos (os cães são assim, e quando são espontâneos nem sempre as suas acções são agradáveis)... Vivem a sua vida e não gostam de ser mandados! Apesar disso são capazes de afectos, sendo que é mais díficil consegui-los...
Não sei se é por achar que os gatos têm um feitio que se assemelha ao meu, sei que gosto deles e quero ter um que me espere em casa...
Assim vai o (meu) mundo...
Normalmente as pessoas gostam de cães. São os animais domésticos que as pessoas preferem, porque são amistosos e fiéis. Nada tenho contra eles, aliás, se puder terei um cão numa futura casa (se possível, um Golden Retriever ou Labrador, ou seja um cão Scotex), porém sou um homem dos felinos. Acho muito mais piada aos felinos, e se tivesse de escolher entre um cão e um gato, o miar soava mais alto. Devo até confessar que gostava de ter uma pantera negra ou um puma, mas não podendo ser, contentar-me-ia com um gato preto de olhos azuis-esverdeados... Porquê esta descrição? Não sei, mas sempre tive uma vontade enorme de chegar a casa à noite e ser recebido por uns olhos brilhantes...
Bem sei que dirão que os gatos são traiçoeiros, mas eu apenas os acho mais independentes. Tal como as pessoas, não são mecânicos (os cães são assim, e quando são espontâneos nem sempre as suas acções são agradáveis)... Vivem a sua vida e não gostam de ser mandados! Apesar disso são capazes de afectos, sendo que é mais díficil consegui-los...
Não sei se é por achar que os gatos têm um feitio que se assemelha ao meu, sei que gosto deles e quero ter um que me espere em casa...
Assim vai o (meu) mundo...
quarta-feira, maio 18, 2005
Mestre...
Olá, mestre! Bem sei que há muito não conversava contigo mas outros afazeres me tem afastado deste meu prazer secreto. Sabes onde estou? Sentado num banco de jardim no Miradouro de Santa Luzia. Soube há dias que o teu próximo livro se passará aqui em Lisboa... Apesar de não ser adepto de capitais, fico contente que tenhas escolhido o meu país como próximo destino das tuas futuras personagens...
Parei aqui porque achei a vista linda! Um daqueles jardins típicos com uma qualquer estátua, alguns bancos de madeira e uma varanda debruçada sobre o Tejo... Sento-me calmamente e decido ler. É Hemingway que me acompanha, mais o seu "Velho". Sim, já o deveria ter lido, mas fui anárquico nas minhas leituras, e só agora encontro alguns clássicos. Enquanto acompanho a saga de Santiago e seu peixe, vou sendo interrompido por personagens quotidianas. Chega um grupo de estudantes italianos... Sou obrigado a parar a leitura e a dar-lhes atenção. Primeiro, porque tenho curiosidade em ver as reacções de alguém tão jovem em visita a um local novo. Só tive até hoje a experiência contrária, de ser eu a tentar apreender tudo ao mesmo tempo, e revejo-me naquela ambiguidade de querer conhecer mas também me distrair com os meus companheiros de viagem. E segundo, porque sinto saudade de estar num local em que a língua italiana inunda tudo com os seus sons abertos e vibrantes. Que saudades de outros tempos e vivências. Enfim, o grupo vai embora e posso voltar ao "Mar"...
O sol está forte e sou obrigado a deitar-me para proteger a cabeça. Mais turistas: espanhóis, alemães, nórdicos... As línguas confundem-se! Levanto os olhos e encontro uma velhinha e uma criança especial. Especial porquê? Porque sofre do Sindroma de Down e vê o mundo de forma diferente. Recuso-me a chamar-lhe deficiente e muito menos atrasado, apenas especial. Sei que se ela pudesse escolheria ver o mundo como nós o vemos, mas não aconteceu. Sinto alguma tristeza e não consigo evitar que os olhos vacilem, não porque tenho pena mas porque não sabemos dar valor à sorte que temos. Espero que ela seja feliz ou que encontre a felicidade no seu mundo...
Uma rapariga da minha idade senta-se no banco ao lado. Parece, tal como eu, querer aproveitar o sol quente da tarde. Tem um rosto suave, com uma tristeza inerente, e agora que inclina a cabeça para trás, parece deitar-se a um certo abandono. Um miúdo com poucos anos pára a observá-la ao pé dela. Ela nota e brinca com ele. Volto a olhar a anciã e a a criança a dar de comer aos pombos... Pouco depois a mãe do miúdo, uns metros afastada a fumar um charro com as amigas, dá contas que o perdeu de vista um minuto a mais. Nem eu nem a rapariga do banco ao lado vimos para onde ele foi e trocamos um rápido olhar de receio. O pai, ou namorado ou simples amigo, começa a procurá-lo e logo o encontra dentro da igreja da praceta. "Foste à missa?", pergunta em tom jocoso! Logo a mãe o agarra e diz "Tens de ter cuidado. Andam aí estrangeiros que pegam em ti e nunca mais me vês! E depois choras...". Fico com estas palavras na cabeça durante algum tempo... O medo que o estrangeiro leve a criança! Será exagerado ou real? Já ouvimos histórias e creio que o caso se possa dar, mas assim tão próximo... Parece-me irreal mas asssustador... Ainda bem que tudo correu pelo melhor...
A rapariga levantou-se e passa à minha frente devagar. É baixa e desliza em passadas lânguidas. Não consigo determinar se é bonita ou feia, mas é isso que a torna atraente. Foi sentar-se na varanda para melhor ver o rio...
Quatro velhotes vêem o desenho em azulejo na parede exterior da igreja. Com certeza já o viram inúmeras vezes, mas o retrato de um Lisboa antiga, anterior a eles, fascina-os! Imagino que lhes faça bem ver, por vezes, algo mais antigo que eles. De modo a que o tempo lhes pareça menos cáustico e que se dê importância ao que já passou. A lei do tempo é implacável, mestre! Para todos...
Um casal de namorados chega e sentam-se abraçados para que o tempo congele esse momento de felicidade. Em parte conseguem pois a simplicidade do gesto o permite!
Agora, está tudo sossegado e deito um último olhar à "minha" criança especial, emociono-me e continuo a ler...
Assim vai o mundo...
Parei aqui porque achei a vista linda! Um daqueles jardins típicos com uma qualquer estátua, alguns bancos de madeira e uma varanda debruçada sobre o Tejo... Sento-me calmamente e decido ler. É Hemingway que me acompanha, mais o seu "Velho". Sim, já o deveria ter lido, mas fui anárquico nas minhas leituras, e só agora encontro alguns clássicos. Enquanto acompanho a saga de Santiago e seu peixe, vou sendo interrompido por personagens quotidianas. Chega um grupo de estudantes italianos... Sou obrigado a parar a leitura e a dar-lhes atenção. Primeiro, porque tenho curiosidade em ver as reacções de alguém tão jovem em visita a um local novo. Só tive até hoje a experiência contrária, de ser eu a tentar apreender tudo ao mesmo tempo, e revejo-me naquela ambiguidade de querer conhecer mas também me distrair com os meus companheiros de viagem. E segundo, porque sinto saudade de estar num local em que a língua italiana inunda tudo com os seus sons abertos e vibrantes. Que saudades de outros tempos e vivências. Enfim, o grupo vai embora e posso voltar ao "Mar"...
O sol está forte e sou obrigado a deitar-me para proteger a cabeça. Mais turistas: espanhóis, alemães, nórdicos... As línguas confundem-se! Levanto os olhos e encontro uma velhinha e uma criança especial. Especial porquê? Porque sofre do Sindroma de Down e vê o mundo de forma diferente. Recuso-me a chamar-lhe deficiente e muito menos atrasado, apenas especial. Sei que se ela pudesse escolheria ver o mundo como nós o vemos, mas não aconteceu. Sinto alguma tristeza e não consigo evitar que os olhos vacilem, não porque tenho pena mas porque não sabemos dar valor à sorte que temos. Espero que ela seja feliz ou que encontre a felicidade no seu mundo...
Uma rapariga da minha idade senta-se no banco ao lado. Parece, tal como eu, querer aproveitar o sol quente da tarde. Tem um rosto suave, com uma tristeza inerente, e agora que inclina a cabeça para trás, parece deitar-se a um certo abandono. Um miúdo com poucos anos pára a observá-la ao pé dela. Ela nota e brinca com ele. Volto a olhar a anciã e a a criança a dar de comer aos pombos... Pouco depois a mãe do miúdo, uns metros afastada a fumar um charro com as amigas, dá contas que o perdeu de vista um minuto a mais. Nem eu nem a rapariga do banco ao lado vimos para onde ele foi e trocamos um rápido olhar de receio. O pai, ou namorado ou simples amigo, começa a procurá-lo e logo o encontra dentro da igreja da praceta. "Foste à missa?", pergunta em tom jocoso! Logo a mãe o agarra e diz "Tens de ter cuidado. Andam aí estrangeiros que pegam em ti e nunca mais me vês! E depois choras...". Fico com estas palavras na cabeça durante algum tempo... O medo que o estrangeiro leve a criança! Será exagerado ou real? Já ouvimos histórias e creio que o caso se possa dar, mas assim tão próximo... Parece-me irreal mas asssustador... Ainda bem que tudo correu pelo melhor...
A rapariga levantou-se e passa à minha frente devagar. É baixa e desliza em passadas lânguidas. Não consigo determinar se é bonita ou feia, mas é isso que a torna atraente. Foi sentar-se na varanda para melhor ver o rio...
Quatro velhotes vêem o desenho em azulejo na parede exterior da igreja. Com certeza já o viram inúmeras vezes, mas o retrato de um Lisboa antiga, anterior a eles, fascina-os! Imagino que lhes faça bem ver, por vezes, algo mais antigo que eles. De modo a que o tempo lhes pareça menos cáustico e que se dê importância ao que já passou. A lei do tempo é implacável, mestre! Para todos...
Um casal de namorados chega e sentam-se abraçados para que o tempo congele esse momento de felicidade. Em parte conseguem pois a simplicidade do gesto o permite!
Agora, está tudo sossegado e deito um último olhar à "minha" criança especial, emociono-me e continuo a ler...
Assim vai o mundo...
terça-feira, maio 17, 2005
Medos...
Acabei de ler o livro "Diário da Nossa Paixão" de Nicholas Sparks. É um bom livro, sobre o amor em que mais uma vez, tal como n' "As Palavras que Nunca te Direi", os melhores momentos surgem nas cartas apaixonadas escritas pelos amantes. Mas decidi pegar noutra das componentes do livro que não o lado amoroso...
Não tenho medo de morrer! Não sei porquê, mas nunca tive... Sempre gostei de viver bem a minha vida, sem me preocupar minimamente com o seu fim. É verdade que desde sempre tive uam sensação que não viverei muitos anos, mas nem isso me assusta. Mas o que realmente me assusta...
Tenho uma óptima memória! Para datas, caras, nomes, pormenores, cheiros, sabores, etc... Costumo dizer que chega a ser maldição porque depois espero que os outros sejam como eu e fico triste quando certos pormenores são importantes para mim e nem tanto para os outros.
Ora bem, o que tem isto a ver com tudo o que já disse? Simples, eu não tenho medo da morte, mas envelhecer assusta-me um pouco. No livro é aflorada a questão do Alzheimer. E a hipótese de ir ficando sem memória e poder perder esta capacidade que tenho de me recordar das coisas e das pessoas faz-me confusão.
Nos últimos anos de vida o meu avô começou a sofrer de Alzheimer e eu ficava incrivelmente triste quando ele não sabia onde estava, ou sem se lembrar que a minha avó já tinha morrido, ou quantas filhas tinha, ou se já tinha comido! A lista é interminável e a cada uma ficava destroçado. À medida que o dia ia avançando, pois de seis em seis domingos era a vez da minha mãe ficar com ele, apercebia-me que a sua capacidade cerebral ia diminuindo e que o ocaso do dia era o ocaso da sua memória. Mas apesar de tudo, era por vezes surpreendido, como naquela vez em que sozinhos no carro ele perguntou: "Chico, a tua mãe demora?". Fiquei de tal forma surpreso que nem sei o que respondi...
Pois bem, no livro o protagonista diz a certa altura: "Se não fossem os meus diários, juraria que só tinha vivido metade do tempo que vivi. Longos períodos da minha vida parecem ter desaparecido. E mesmo agora leio algumas passagens e pergunto-me quem era eu quando as escrevia, porque não consigo lembrar-me dos acontecimentos da minha vida. Há alturas em que me sento e pergunto para onde foi tudo."... Por isto mesmo e pelo receio que tenho dessa infame doença que nos rouba as más mas também as boas recordações, cada artigo que escrevo aqui é uma cábula que me ajudará a recordar a minha vida quando a memória real me começar a falhar...
Assim vai o mundo...
Não tenho medo de morrer! Não sei porquê, mas nunca tive... Sempre gostei de viver bem a minha vida, sem me preocupar minimamente com o seu fim. É verdade que desde sempre tive uam sensação que não viverei muitos anos, mas nem isso me assusta. Mas o que realmente me assusta...
Tenho uma óptima memória! Para datas, caras, nomes, pormenores, cheiros, sabores, etc... Costumo dizer que chega a ser maldição porque depois espero que os outros sejam como eu e fico triste quando certos pormenores são importantes para mim e nem tanto para os outros.
Ora bem, o que tem isto a ver com tudo o que já disse? Simples, eu não tenho medo da morte, mas envelhecer assusta-me um pouco. No livro é aflorada a questão do Alzheimer. E a hipótese de ir ficando sem memória e poder perder esta capacidade que tenho de me recordar das coisas e das pessoas faz-me confusão.
Nos últimos anos de vida o meu avô começou a sofrer de Alzheimer e eu ficava incrivelmente triste quando ele não sabia onde estava, ou sem se lembrar que a minha avó já tinha morrido, ou quantas filhas tinha, ou se já tinha comido! A lista é interminável e a cada uma ficava destroçado. À medida que o dia ia avançando, pois de seis em seis domingos era a vez da minha mãe ficar com ele, apercebia-me que a sua capacidade cerebral ia diminuindo e que o ocaso do dia era o ocaso da sua memória. Mas apesar de tudo, era por vezes surpreendido, como naquela vez em que sozinhos no carro ele perguntou: "Chico, a tua mãe demora?". Fiquei de tal forma surpreso que nem sei o que respondi...
Pois bem, no livro o protagonista diz a certa altura: "Se não fossem os meus diários, juraria que só tinha vivido metade do tempo que vivi. Longos períodos da minha vida parecem ter desaparecido. E mesmo agora leio algumas passagens e pergunto-me quem era eu quando as escrevia, porque não consigo lembrar-me dos acontecimentos da minha vida. Há alturas em que me sento e pergunto para onde foi tudo."... Por isto mesmo e pelo receio que tenho dessa infame doença que nos rouba as más mas também as boas recordações, cada artigo que escrevo aqui é uma cábula que me ajudará a recordar a minha vida quando a memória real me começar a falhar...
Assim vai o mundo...
domingo, maio 15, 2005
Vincent
Esta semana irá estrear no Teatro Villaret uma peça que tenho a certeza ser fantástica. Há 15 anos atrás, comemorava-se o centenário da morte de Vincent Van Gogh e o encenador António Feio propôs ao actor Virgílio Castelo interpretar uma peça de Alexander Nimoy (sim, o Mr Spock do Star Trek) de nome "Vincent". Passado este tempo, os dois decidiram levar a cena o mesmo espectáculo. Apesar das coordenadas serem as mesmas, estou certo que alguns aspectos da interpretação serão afectados pela passagem do tempo, mas ainda assim é uma óptima maneira de passar 1 hora e 10 minutos.
A peça tem como tema Vincent Van Gogh, apresentado pelo seu irmão Theo numa conferência algum tempo após a sua morte. Os dois irmãos trocaram cerca de 600 cartas e é através delas que vamos descobrindo o carácter calmo e introvertido de Theo e o genial mas tempestuoso feitio de Vincent. Tudo isto através de Virgílio Castelo que nos embala não num monólogo, mas num diálogo com o público...
Aproveito a promoção que faço desta peça para dissertar sobre um pequeno aspecto do nosso país. Eu não vou poder ver esta peça pela simples razão dela só estar em cena em Lisboa e durante poucos dias... Ora bem, em muitas coisas defendo Portugal, mas é verdade que em termos culturais ainda vivemos sobre a máxima de "Lisboa é capital e o resto é paisagem!"... É verdade que se tem melhorado e ainda este fim de semana teve na minha cidade a bela peça "Visitando Mr Green" com o maravilhoso Paulo Autran e o emergente Dan Stulbach! Mas ainda assim, continua a ser muito diferente a quantidade de oferta cultural. E é pena porque existem em Portugal muitos teatros com condições, muitas pessoas sedentas de cultura e já não vivemos em ditadura censurial. Mas como escreveu Vincent Van Gogh a seu irmão: "os moinhos já não existem mas o vento continua o mesmo..."
Assim vai o mundo...
A peça tem como tema Vincent Van Gogh, apresentado pelo seu irmão Theo numa conferência algum tempo após a sua morte. Os dois irmãos trocaram cerca de 600 cartas e é através delas que vamos descobrindo o carácter calmo e introvertido de Theo e o genial mas tempestuoso feitio de Vincent. Tudo isto através de Virgílio Castelo que nos embala não num monólogo, mas num diálogo com o público...
Aproveito a promoção que faço desta peça para dissertar sobre um pequeno aspecto do nosso país. Eu não vou poder ver esta peça pela simples razão dela só estar em cena em Lisboa e durante poucos dias... Ora bem, em muitas coisas defendo Portugal, mas é verdade que em termos culturais ainda vivemos sobre a máxima de "Lisboa é capital e o resto é paisagem!"... É verdade que se tem melhorado e ainda este fim de semana teve na minha cidade a bela peça "Visitando Mr Green" com o maravilhoso Paulo Autran e o emergente Dan Stulbach! Mas ainda assim, continua a ser muito diferente a quantidade de oferta cultural. E é pena porque existem em Portugal muitos teatros com condições, muitas pessoas sedentas de cultura e já não vivemos em ditadura censurial. Mas como escreveu Vincent Van Gogh a seu irmão: "os moinhos já não existem mas o vento continua o mesmo..."
Assim vai o mundo...
Dormir...
Adoro dormir! Devo admitir que passaria horas sem fim na companhia de Morfeu sem a mínima dificuldade... Não que não goste do dia e de ver o que se passa no mundo mas algo no universo onírico me chama!
Aproveito para contar uma história que poucos sabem... Até aos meus quatro/cinco anos tinha muita dificuldade em dormir e por isso mesmo consumia a cabeça aos meus pais, que não me vendo a dormir também não descansavam... A minha mãe tem um feitio que é muito igual ao meu, ou seja, muito racional mas que não desdenha o que outras ciências podem oferecer. Assim, levou-me a uma curandeira ou bruxa, sem desrespeito à senhora, com o intuito de me acalmar e fazer dormir. Apesar da minha juventude, ainda hoje sei dizer o caminho e talvez a casa, apesar de não ser na minha cidade e de não mais ter voltado a tal sítio... Era uma casa antiga em pedra e com chão de terra... Desci umas escadas e a senhora pediu-me para me sentar num banco no meio de uma sala! Não creio ter chorado, pois estava fascinado com aquilo tudo... Andou à minha volta com uma grande frigideira com uns pozinhos a arder... A chama era bonita, logo eu que tenho este fascínio pelo fogo (ao qual regressarei um dia destes neste blog), e a dança à minha volta era inebriante! Saí de lá calmo e sem medo de alguma espécie... Não sei se por indução psicológica (duvidosa devido à minha jovem idade) ou por magia das mezinhas, a verdade é que passei a dormir tranquilamente... Aliás, na brincadeira, sempre que os meus pais me dizem que tou sempre a dormir, respondo que a culpa é da curandeira que fez uma magia demasiado forte!
Não quero aqui dizer que todas as mezinhas e crendices funcionam, até porque confio na ciência, mas que há coisas que não há uma explicação lógica, isso não tenho dúvidas... Afinal, que las hay, las hay...
Assim vai o mundo...
Aproveito para contar uma história que poucos sabem... Até aos meus quatro/cinco anos tinha muita dificuldade em dormir e por isso mesmo consumia a cabeça aos meus pais, que não me vendo a dormir também não descansavam... A minha mãe tem um feitio que é muito igual ao meu, ou seja, muito racional mas que não desdenha o que outras ciências podem oferecer. Assim, levou-me a uma curandeira ou bruxa, sem desrespeito à senhora, com o intuito de me acalmar e fazer dormir. Apesar da minha juventude, ainda hoje sei dizer o caminho e talvez a casa, apesar de não ser na minha cidade e de não mais ter voltado a tal sítio... Era uma casa antiga em pedra e com chão de terra... Desci umas escadas e a senhora pediu-me para me sentar num banco no meio de uma sala! Não creio ter chorado, pois estava fascinado com aquilo tudo... Andou à minha volta com uma grande frigideira com uns pozinhos a arder... A chama era bonita, logo eu que tenho este fascínio pelo fogo (ao qual regressarei um dia destes neste blog), e a dança à minha volta era inebriante! Saí de lá calmo e sem medo de alguma espécie... Não sei se por indução psicológica (duvidosa devido à minha jovem idade) ou por magia das mezinhas, a verdade é que passei a dormir tranquilamente... Aliás, na brincadeira, sempre que os meus pais me dizem que tou sempre a dormir, respondo que a culpa é da curandeira que fez uma magia demasiado forte!
Não quero aqui dizer que todas as mezinhas e crendices funcionam, até porque confio na ciência, mas que há coisas que não há uma explicação lógica, isso não tenho dúvidas... Afinal, que las hay, las hay...
Assim vai o mundo...
sábado, maio 14, 2005
Dúvidas blogais...
Peço desculpa pela estranha palavra mas queria significar que por vezes tenho dúvidas sobre certos aspectos do blog...
Por exemplo, dou por mim a pensar se devo esquematizar o blog por temas ou reservar certos dias para certas áreas de análise... Assim, reservaria um dia para livros ou cinema ou imagens ou humor ou política ou qualquer outra coisa qualquer! Provavelmente criaria então uma fidelização de pessoas com interesses específicos. Mas perdia uma coisa que dou tanto valor: a espontaneidade, a surpresa, o imprevisível... O poder escrever sobre o que muito bem me apetece no dia que me apetece! Bem sei que pode demonstrar uma rebeldia extrema mas é assim que gosto de ser...
Por outro lado penso se devo actualizar o blog à noite ou de manhã, e devo dizer que mais uma vez sou anárquico! Tudo o que se torna previsível perde muita da força e da piada...
Quem lê e gosta deste blog, agradeço-lhe imendo e espero nunca o desiludir! Quem lê e não gosta, respeito e espero que deixe, ainda assim, o seu comentário! Para quem não lê, está a perder um grande blog... Sou modesto mas quando sei que faço bem, não tenho medo de o dizer!É o meu lado Mourinho...
Assim vai o mundo...
Por exemplo, dou por mim a pensar se devo esquematizar o blog por temas ou reservar certos dias para certas áreas de análise... Assim, reservaria um dia para livros ou cinema ou imagens ou humor ou política ou qualquer outra coisa qualquer! Provavelmente criaria então uma fidelização de pessoas com interesses específicos. Mas perdia uma coisa que dou tanto valor: a espontaneidade, a surpresa, o imprevisível... O poder escrever sobre o que muito bem me apetece no dia que me apetece! Bem sei que pode demonstrar uma rebeldia extrema mas é assim que gosto de ser...
Por outro lado penso se devo actualizar o blog à noite ou de manhã, e devo dizer que mais uma vez sou anárquico! Tudo o que se torna previsível perde muita da força e da piada...
Quem lê e gosta deste blog, agradeço-lhe imendo e espero nunca o desiludir! Quem lê e não gosta, respeito e espero que deixe, ainda assim, o seu comentário! Para quem não lê, está a perder um grande blog... Sou modesto mas quando sei que faço bem, não tenho medo de o dizer!É o meu lado Mourinho...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, maio 13, 2005
Sexta feira 13
Tenho que dizer que tenho uma predileção pelas sextas-feiras 13... Bem sei que não é normal mas nunca apostei muito na normalidade!
O 13 sempre foi o meu número favorito, escolhido tanta vez no desporto ou no cinema. Ninguém o queria e eu sempre tive esta atracção por aquilo que é maldito, exilado, apátrida, excomungado e fazia sempre questão em o ter... A verdade é que me fui dando sempre bem e sempre que tinha algo marcado para as amaldiçoadas sextas-feiras 13, parecia que os deuses estavam pelo meu lado e era protegido pela Dona Fortuna. Então, comecei a ver no início de cada ano se haviam estas sextas estranhas e a desejar que quanto mais melhor... Admito que poderei parecer pouco razoável se pensar que o facto de ser este dia, eu possa ter mais sorte, mas que diabo, acreditamos em tantas mezinhas e superstições (gatos pretos e afins), que porque não acreditar no contrário...
Já agora, a explicação que se acredita ser a mais plausível para o facto da sexta feira 13 ser um dia aziago é a seguinte: em 13 de Outubro de 1307, o rei francês Filipe, o Belo, mandou torturar e assassinar milhares de cavaleiros da Ordem dos Templários por não ter sido aceite nesta elite clerical. Acontece que tal dia calhou numa sexta feira e como esta onda de terror provocou comoção na Europa, ficou a lenda do azarado dia... Esta explicação não é consensual mas o facto de no Brasil, México, China ou India o 13 ser visto como sinal de sorte, parece indicar que a Europa terá sido o continente de origem desta crença!
Assim vai o mundo...
O 13 sempre foi o meu número favorito, escolhido tanta vez no desporto ou no cinema. Ninguém o queria e eu sempre tive esta atracção por aquilo que é maldito, exilado, apátrida, excomungado e fazia sempre questão em o ter... A verdade é que me fui dando sempre bem e sempre que tinha algo marcado para as amaldiçoadas sextas-feiras 13, parecia que os deuses estavam pelo meu lado e era protegido pela Dona Fortuna. Então, comecei a ver no início de cada ano se haviam estas sextas estranhas e a desejar que quanto mais melhor... Admito que poderei parecer pouco razoável se pensar que o facto de ser este dia, eu possa ter mais sorte, mas que diabo, acreditamos em tantas mezinhas e superstições (gatos pretos e afins), que porque não acreditar no contrário...
Já agora, a explicação que se acredita ser a mais plausível para o facto da sexta feira 13 ser um dia aziago é a seguinte: em 13 de Outubro de 1307, o rei francês Filipe, o Belo, mandou torturar e assassinar milhares de cavaleiros da Ordem dos Templários por não ter sido aceite nesta elite clerical. Acontece que tal dia calhou numa sexta feira e como esta onda de terror provocou comoção na Europa, ficou a lenda do azarado dia... Esta explicação não é consensual mas o facto de no Brasil, México, China ou India o 13 ser visto como sinal de sorte, parece indicar que a Europa terá sido o continente de origem desta crença!
Assim vai o mundo...
quinta-feira, maio 12, 2005
Bipolaridade
Não sou médico nem tenho pretensões de o ser, mas admito ser um curioso pelo corpo humano e suas patologias...
Alguém da minha família, não me apetece especificar, padece de uma certa disfunção psicológica que dá pelo nome de bipolaridade. Consiste na alternância entre estados eufóricos de bom humor com depressões graves que podem ocasionar comportamentos extremos! Bem sei que esta explicação foi demasiado formal, por isso limito-me a explicar que a pessoa tanto está muito bem e brinca com tudo, como está de péssimo humor e insulta toda a gente ou, pior, afunda-se num estado de isolamento que o leva a tendências suicidas...
O mais complicado nesta doença, é o facto de ser complicado ao paciente admitir que algo está errado. Senão vejamos... Quando está feliz, diz que está tudo bem, que não tem de ir ao médico ou psiquiatra porque tudo corre bem! Quando está em baixo, não quer ir na mesma porque é para o internarem, não está doido, prefere acabar com a vida a chatear os outros...
Ora bem, na verdade não é fácil lidar com este caso e devo admitir que nem sei se tem uma cura definitiva. Creio que deve conseguir-se atenuar mas não erradicar! Apenas quis escrever este artigo para pessoas que vocês conheçam que eventualmente padeçam destes sintomas sejam melhor compreendidas...
Assim vai o mundo...
Alguém da minha família, não me apetece especificar, padece de uma certa disfunção psicológica que dá pelo nome de bipolaridade. Consiste na alternância entre estados eufóricos de bom humor com depressões graves que podem ocasionar comportamentos extremos! Bem sei que esta explicação foi demasiado formal, por isso limito-me a explicar que a pessoa tanto está muito bem e brinca com tudo, como está de péssimo humor e insulta toda a gente ou, pior, afunda-se num estado de isolamento que o leva a tendências suicidas...
O mais complicado nesta doença, é o facto de ser complicado ao paciente admitir que algo está errado. Senão vejamos... Quando está feliz, diz que está tudo bem, que não tem de ir ao médico ou psiquiatra porque tudo corre bem! Quando está em baixo, não quer ir na mesma porque é para o internarem, não está doido, prefere acabar com a vida a chatear os outros...
Ora bem, na verdade não é fácil lidar com este caso e devo admitir que nem sei se tem uma cura definitiva. Creio que deve conseguir-se atenuar mas não erradicar! Apenas quis escrever este artigo para pessoas que vocês conheçam que eventualmente padeçam destes sintomas sejam melhor compreendidas...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, maio 11, 2005
Coisas estranhas...
Hoje apeteceu-me brincar convosco e assim, decidi por aqui alguns factos que apesar de estranhos são verdadeiros... Espero que se divirtam e que aprendam alguma coisa:
As borboletas provam com as patas.
O grito do pato não faz éco. Não se sabe porquê.
Em 10 minutos, um furacão produz mais energia do todas as armas nucleares juntas.
Em média, 100 pessoas morrem todos os anos asfixiadas com uma caneta.
Em geral as pessoas temem mais as aranhas do que a morte.
90 % dos taxistas novaiorquinos são imigrantes récem-chegados.
35% das pessoas que utilizam agências de encontro já estão casados.
Os elefantes são os únicos animais que não podem saltar.
Só 1 pessoa em cada 2 bilhões vivem até aos 116 anos ou mais.
É possível fazer uma vaca subir escadas, mas é impossível fazê-la descer.
As mulheres piscam os olhos 2 vezes mais do que os homens.
É fisicamente impossível lamber o próprio cotovelo.
A biblioteca principal da universidade de Indiana enterra-se todos os anos de 1 polegada. Os arquitetos esqueceram-se de incluir o peso dos livros nos cálculos.
Um caracol pode dormir durante 3 anos.
Os teus olhos têm o mesmo tamanho que tinham quando nasceste, mas as tuas orelhas e o teu nariz não páram de crescer. (Já agora, o pénis também...)
A cadeira eléctrica foi inventada por um dentista.
Todos os ursos polares são canhotos.
No Egipto, os padres arrancavam todos os pelos do corpo, até as pestanas.
O olho de uma avestruz é maior do que o seu cérebro.
Um crocodilo não pode pôr a língua de fora.
O isqueiro foi inventado antes dos fósforos.
Agora confessem lá, vocês tentaram lamber o cotovelo, não tentaram...
Assim vai o mundo...
As borboletas provam com as patas.
O grito do pato não faz éco. Não se sabe porquê.
Em 10 minutos, um furacão produz mais energia do todas as armas nucleares juntas.
Em média, 100 pessoas morrem todos os anos asfixiadas com uma caneta.
Em geral as pessoas temem mais as aranhas do que a morte.
90 % dos taxistas novaiorquinos são imigrantes récem-chegados.
35% das pessoas que utilizam agências de encontro já estão casados.
Os elefantes são os únicos animais que não podem saltar.
Só 1 pessoa em cada 2 bilhões vivem até aos 116 anos ou mais.
É possível fazer uma vaca subir escadas, mas é impossível fazê-la descer.
As mulheres piscam os olhos 2 vezes mais do que os homens.
É fisicamente impossível lamber o próprio cotovelo.
A biblioteca principal da universidade de Indiana enterra-se todos os anos de 1 polegada. Os arquitetos esqueceram-se de incluir o peso dos livros nos cálculos.
Um caracol pode dormir durante 3 anos.
Os teus olhos têm o mesmo tamanho que tinham quando nasceste, mas as tuas orelhas e o teu nariz não páram de crescer. (Já agora, o pénis também...)
A cadeira eléctrica foi inventada por um dentista.
Todos os ursos polares são canhotos.
No Egipto, os padres arrancavam todos os pelos do corpo, até as pestanas.
O olho de uma avestruz é maior do que o seu cérebro.
Um crocodilo não pode pôr a língua de fora.
O isqueiro foi inventado antes dos fósforos.
Agora confessem lá, vocês tentaram lamber o cotovelo, não tentaram...
Assim vai o mundo...
terça-feira, maio 10, 2005
domingo, maio 08, 2005
Outro blogs..
Obviamente não acho que o meu blog seja o único com interesse! Assim decidi deixar-vos aqui o endereço de um outro blog muito simples mas interessante...
O conceito do blog é quem quiser deixar um segredo que não teria coragem de contar mas sob a capa do anonimato o faz... Existem alguns tristes, violentos, alegres, interessantes, há de tudo...
Assim o blog é: http://postsecret.blogspot.com/
Divirtam-se...
Assim vai o mundo...
O conceito do blog é quem quiser deixar um segredo que não teria coragem de contar mas sob a capa do anonimato o faz... Existem alguns tristes, violentos, alegres, interessantes, há de tudo...
Assim o blog é: http://postsecret.blogspot.com/
Divirtam-se...
Assim vai o mundo...
sábado, maio 07, 2005
Os padres...
Tenho de falar de algo que se passou ainda ontem... Foi a uma missa de aniversario de falecimento de um familiar. E devo confessar que foi algo surreal, e que veio confirmar a minha cristandade mais que catolicismo... O padre, mesmo antes da missa, andou pela igreja a vender o seu livro! Não é um livro religioso mas a sua experiência de vida... Eu até poderia compreender porque foi antes da cerimónia, mas qual não é o meu espanto quando durante a prática (vulgo, altura em que explica a Escritura) começa a falar do seu livro e de coisas que mais tinham a ver consigo que com a própria Liturgia...
Nada tenho contra o facto de se usar exemplos reais para certas situações bíblicas mas propaganda pessoal isso já me faz bastante confusão... Já disse que vou à missa mais para ter um local onde possa por as ideias no sitio e estar em paz, e fez-me uma confusão horrível ter uma pessoa a verberar notícias do seu quotidiano! Assim como não concordo com os padres usarem o púlpito para dizerem de sua justiça sobre assuntos que estejam na ordem do dia como aborto ou eutanásia... Não se devem confundir as coisas nem os locais! A opinião dos padres e mesmo do Vaticano não deve ser interpretada como a de Cristo... Por muito que nos façam acreditar nisso!
Assim vai o mundo...
Nada tenho contra o facto de se usar exemplos reais para certas situações bíblicas mas propaganda pessoal isso já me faz bastante confusão... Já disse que vou à missa mais para ter um local onde possa por as ideias no sitio e estar em paz, e fez-me uma confusão horrível ter uma pessoa a verberar notícias do seu quotidiano! Assim como não concordo com os padres usarem o púlpito para dizerem de sua justiça sobre assuntos que estejam na ordem do dia como aborto ou eutanásia... Não se devem confundir as coisas nem os locais! A opinião dos padres e mesmo do Vaticano não deve ser interpretada como a de Cristo... Por muito que nos façam acreditar nisso!
Assim vai o mundo...
O fio da navalha
Creio que ainda aqui não tinha falado de livros... Pois bem, começo com o livro que estou a reler. O "Fio da Navalha" é um livro de Somerset Maugham e que tenho dificuldade em catalogar... Posso dizer que é um romance porque existe uma trama romanceada com sentimentos à mistura, que é histórico pois relata e descreve algumas épocas, que é um livro de viagens porque nos transporta a diversos lugares díspares e um livro místico-filosófico pois coloca-nos uma série de questões que tem a ver com o que acreditamos! Gosto bastante da personagem central, Larry, que apesar de não ser o narrador é quem conduz a história mesmo quando nada sabemos dele... É ele o motor da acção e quem nos coloca as questões mais interessantes! Desde logo o seu desprendimento pela sua pátria que o leva a descobrir novas culturas, novos povos. Depois a sua incessante busca de respostas e também de perguntas sobre o sentido da vida, sobre em que acreditar, sobre o que sabemos... Poderia ser alguém atormentado por esta procura, mas não! É alguém surpreendentemente tranquilo e que nos ensina que a busca de respostas não deve ser encarada de forma obcessiva mas persistente. Até porque quanto mais sabemos sobre a vida, mas nos apercebemos que não é possível saber tudo! Faz bem ler este livro, porque nos obriga a pensar no que somos e no que fazemos: "Meditando sobre Aquele que não tem forma; encontrei descanso no Absoluto!" ...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, maio 06, 2005
Uma amostra de fama...
Aqui falei há tempos no que seria ser reconhecido pelo facto de participar no CC... Pois bem, tive um primeiro relance do que seria! De forma timida, apenas algumas pessoas, mas já deu para perceber que ao nos expormos na televisão, sujeitamo-nos a ser reconhecidos e a ser criticados. Eu tive sorte porque todas as pessoas que me abordaram disseram coisas boas e foram super queridas comigo... Mas e se não forem? Aí, terei que ter toda a calma e humildade do mundo e aceitar as opiniões contrárias. Como disse ontem é impossivel agradar a toda a gente e houve pessoas que acharam que tive apagado ou que tenho a mania ou que estava a ser forçado, mas eu tenho de ir provando que é a minha maeneira de ser e que daria um bom comunicador...
Assim vai o mundo....
Assim vai o mundo....
quinta-feira, maio 05, 2005
A aventura...
Chegou o dia da prova de fogo! Três emissões diferentes com três apresentadores diferentes... Não estava nada nervoso, mas queria que começasse de uma vez porque não gosto de esperar pelas coisas.
A primeira emissão foi a mais difícil porque ainda me estava a ambientar à camara e tinha já que lidar com as expectativas das pessoas que ligavam para ganhar prémios... Mas a Solange pôs-me muito à vontade e foi tudo correndo tranquilamente! O tempo na tv passa muito rápido e os 25 minutos voaram...
Na segunda emissão, a Rita foi indescritível. É uma mulher muito bonita mas nem por um minuto isso me passou pela cabeça. Fiquei antes surpreendido com a simpatia dela e com o facto de ela se lembrar de um mail que trocamos há um ano atrás... Foi uma óptima co-apresentadora, que procurou realçar o melhor de mim e também dizer os meus defeitos de forma divertida! Acho que correu bem e que se tiver a sorte de ficar, faremos uma dupla muito agradável de ver e ouvir...
A última edição, por ironia chamada de Primeira Edição, foi a mais fácil de todas... O meu à-vontade com as câmaras era maior, só tinha de ler as notícias com algum humor e tinha ao meu lado o Senhor Bruno Nogueira que põe qualquer pessoa a rir. Foi divertido e fácil passar aquela meia hora...
E agora? Agora é esperar... Fui eu mesmo e sei que não é possível agradar a toda a gente. Tenho de esperar por mais uma oportunidade para cada vez mostrar que mereço ser e posso dar um bom apresentador... A ver vamos, como diria o cego...
Assim vai o (meu) mundo
A primeira emissão foi a mais difícil porque ainda me estava a ambientar à camara e tinha já que lidar com as expectativas das pessoas que ligavam para ganhar prémios... Mas a Solange pôs-me muito à vontade e foi tudo correndo tranquilamente! O tempo na tv passa muito rápido e os 25 minutos voaram...
Na segunda emissão, a Rita foi indescritível. É uma mulher muito bonita mas nem por um minuto isso me passou pela cabeça. Fiquei antes surpreendido com a simpatia dela e com o facto de ela se lembrar de um mail que trocamos há um ano atrás... Foi uma óptima co-apresentadora, que procurou realçar o melhor de mim e também dizer os meus defeitos de forma divertida! Acho que correu bem e que se tiver a sorte de ficar, faremos uma dupla muito agradável de ver e ouvir...
A última edição, por ironia chamada de Primeira Edição, foi a mais fácil de todas... O meu à-vontade com as câmaras era maior, só tinha de ler as notícias com algum humor e tinha ao meu lado o Senhor Bruno Nogueira que põe qualquer pessoa a rir. Foi divertido e fácil passar aquela meia hora...
E agora? Agora é esperar... Fui eu mesmo e sei que não é possível agradar a toda a gente. Tenho de esperar por mais uma oportunidade para cada vez mostrar que mereço ser e posso dar um bom apresentador... A ver vamos, como diria o cego...
Assim vai o (meu) mundo
quarta-feira, maio 04, 2005
Coisas estranhas..
Das coisas mais estranhas que podem acontecer é ver-nos a nós mesmos na televisão... Faz-nos confusão sentirmos que estamos em dois locais ao mesmo tempo! Hoje vivi outra situação estranha. Estava a ver o Curto Circuito e a pensar que no dia seguinte seria eu ali... É um fenómeno surreal, sabermos onde iremos estar 24 horas depois e que experiência iremos estar a passar... Tentei abstrair-me e estar atento à performance do outro candidato mas na verdade estava sempre a imaginar-me a ouvir aquelas palavras e como reagiria naquela situação... Fazemos isso muitas vezes na nossa vida mas quando temos a certeza que iremos mesmo passar por isso, tudo adquire uma força diferente... Comentei isso com um amigo e ele disse algo acertado: aproveita essa situação de saberes o que se passa porque na maior parte das vezes somos apenas surpreendidos...
Assim vai o (meu) mundo...
Assim vai o (meu) mundo...
segunda-feira, maio 02, 2005
Cuba...
Ontem à noite decidi mais uma vez ir até à maravilhosa Queima do Porto... Desta vez vi o concerto, o do grupo latino americano Orishas! Nunca os tinha visto ao vivo e devo dizer que gostei muito... Transportaram-me até Cuba, e por momentos dei por mim nas calles de Havana a ouvir aquele ritmo quente... Ainda por cima, depois de temas mais mexidos fizeram-me o favor de cantar uma música do meu Compay Segundo! Que pena tive de pelo menos uma vez não o ter ouvido ao vivo. Aqueles anos todos de música em cada ruga da voz...
Já aqui o disse e repito: tenho mesmo vontade de ir até esse território maldito para os EUA, mas tão cheio de riqueza cultural! Hei-de ir e o mais rápido possivel porque quando sentimos que uma coisa deve ser feita, devemos tentar tudo para o fazer... Prometo-vos que se lá for, trarei as melhores estórias do mundo e as partilharei convosco!
Assim vai o mundo...
Já aqui o disse e repito: tenho mesmo vontade de ir até esse território maldito para os EUA, mas tão cheio de riqueza cultural! Hei-de ir e o mais rápido possivel porque quando sentimos que uma coisa deve ser feita, devemos tentar tudo para o fazer... Prometo-vos que se lá for, trarei as melhores estórias do mundo e as partilharei convosco!
Assim vai o mundo...
domingo, maio 01, 2005
Curto Circuito
Mais uma etapa de uma brincadeira que se pode tornar um trabalho sério... Hoje foi o dia de virem até à minha cidade e entrevistar-me... Decidi fazer uma brincadeira na piscina municipal porque pratiquei natação durante dez anos! Foi super divertido, os diversos planos e as diferentes perguntas... Serviu para me ir ambientando a falar para uma camara e para treinar a oralidade...
Creio que correu bem e agora quinta feira há mais...
Assim vai o (meu) mundo...
Creio que correu bem e agora quinta feira há mais...
Assim vai o (meu) mundo...
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