Tentei escapar durante algum tempo, mas não há hipótese! Que país é este que ano após ano se vai deixando consumir pelas chamas?
Cada vez mais o jardim à beira-mar plantado vai perdendo mancha verde e nada parece ser feito... Chega o calor, chegam fogos que lavram durante dias a fio, e que nos oferecem imagens de paisagens enegrecidas, bombeiros extenuados, politicos momentaneamente preocupados, de pessoas desoladas... E o final é sempre o mesmo: lá para Setembro/Outubro, tudo passará sem que medidas tenham sido tomadas e o défice ou o futebol concentrarão a nossas atenção...
Há tanto a dizer que nem sei por onde começar! Começo pelas coisas boas. Tenho toda a admiração pelos bombeiros, sobretudo pelas corporações voluntárias que arriscam a vida sem uma remuneração fixa... Trabalham por vezes com muito poucos meios e ainda assim lutam com todas as forças contra essa força que é o fogo! São muitas vezes incompreendidos e insultados, mas no fim do dia o seu trabalho tem de ser louvado e enaltecido... Ora bem, depois temos a classe política! Por muito que se possa dizer, há várias soluções que poderiam ser adoptadas: uma maior penalização dos incendiários apanhados, a criação de uma madeireira nacional para onde iria a madeira queimada que impediria fogos postos por partes de madeireiros privados, o impedimento de plantações em locais queimados no espaço de 20 anos que impediria fogos postos por agricultores ou proprietários rurais, modificar ou extinguir o serviço militar para criar um serviço cívico obrigatório e que consistiria em por exemplo limpar matas, obrigatoriedade por parte dos reclusos desse mesmo trabalho cívico, melhor ordenamento florestal, etc... Por fim, falar de quem tem muita responsabilidade nisto tudo: todos nós! Somos nós que temos que exigir soluções aos governantes, somos nós que devemos cumprir regras elementares como não fumar ou fazer lixo nas matas, não esquecer este problema quando chega o Outono, etc... Depois, não adianta aquela reacção típica portuguesa quando tudo está a arder, chorar copiosamente e pedir auxílio ao governo! Noutros países afectados por catástrofes naturais, como cheias ou terramotos, não se vêem estas reacções, vêem-se pessoas prontas a começar de novo, porque a única perda irreparável é a da vida...
Mas é triste ver arder todas estas árvores e constatar que em 10 anos perdemos 30% da nossa mancha florestal! O que diria D. Dinis de tudo isto? Não sabemos preservar as nossas riquezas, aliás, nunca soubemos...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, agosto 11, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário