quarta-feira, outubro 04, 2006

O mundo... I

AS- O contexto deste post é o filme World Trade Center, que vi há uma semana. Poderia dizer que demorei uma semana a escrever este texto mas na verdade demorei 5 anos. Dividirei o post para que o texto não se torne cansativo.

Era uma terça-feira qualquer... A refeição ainda nem tinha sido bem digerida, quando me sentei no sofá a ver TV. O primeiro avião tinha despertado violentamente a Big Apple. Longe de pensar que um acto terrorista pudesse ser tão audaz, tudo indicava para um acidente. No meu pensamento, havia a tristeza de não ter visitado aquele lugar antes e a incredulidade de como tinha sido possível um erro tão grande... Poucos minutos depois uma imagem sobressalta-me. Seria a repetição do primeiro impacto? Não, era mesmo uma segunda explosão na outra torre. Ruía a hipótese de acidente. Um ataque terrorista em larga escala atingia os EUA. Começaram a surgir as primeiras hipóteses de explicação. Por esta altura, ligo à minha namorada da altura, também estudante de Relações Internacionais, a revelar-lhe que a sua cidade favorita estava a ser atacada...
A minha atenção era total e trocava entre a SIC Noticias (o melhor canal português a cobrir o acontecimento), a CNN e a SKY News. O meu pai, alheio à política mundial, perguntava-me o porquê de tanto alvoroço. Disse-lhe que era um daqueles dias em que o mundo mudava! Creio ter captado a sua atenção...
Os especialistas (Loureiro dos Santos, Nuno Rogeiro, Azeredo Lopes, Nuno Severiano Teixeira, Vasco Rato) iam avançando possíveis nomes dos responsáveis pelo planeamento, ao mesmo tempo que se sucediam as comemorações no mundo árabe... Várias organizações terroristas (como o Hamas) renunciaram imediatamente a autoria do ataque, porque sabiam que as retaliações existiriam. Falou-se então de um nome ainda obscuro: Bin Laden.
Toda esta conjectura foi interrompida pelo ruir das torres. Era o fim dos simbolos de NY! Entretanto, a notícia de um avião ter chocado com o Pentágono, começava a fazer temer algo de verdadeiramente grandioso. As notícias informavam o desaparecimento de vários aviões (como aquele que acabou por se despenhar na Pensilvania). Este caos estendia-se à Europa, e logo no dia em que um amigo meu fazia o voo de Paris para Génova. O avião voltou para trás quando ele já estava ao corrente dos acontecimentos...
A meio da tarde senti-me anestesiado por tudo aquilo. Só a inadequada resposta militar norte-americana me fez sair do torpor, porque comecei a ver interesses estratégicos naquilo que tinha sido uma tragédia humana...

(continua...)

2 comentários:

Anónimo disse...

Certamente que o mundo inteiro lembra-se do que estava a fazer naquele dia e naquele preciso momento em que o mundo mudou... Por mais que queremos, nunca iremos esquecer. :-(

Francisco del Mundo disse...

Nem temos de esquecer... É lembrando que podemos tentar ser diferentes...