quarta-feira, julho 11, 2007

O mundo de Bruna...



Tenho 25 anos. Bruna Lombardi tem 54. Porém lembro-me perfeitamente daqueles olhos verdes lindíssimos. Passados 20 anos muitos são os portugueses que nunca esqueceram a cara desta mulher. Não fazia ideia que ela tinha semi-abandonado a televisão e o cinema e se tinah dedicado à escrita! Ainda não li nada dela, mas a entrevista que deu à revista Tabu de sabado antevê uma escrita tranquila e segura. A propósito do percurso dela, responde:

Acho que a gente nunca chega a lugar nenhum. A procura é que é interessante, o trajecto é que é o estar, a busca é que é o caminho. É assim que vivo.

De facto também gosto de pensar que a vida é uma eterna viagem com paragens. Quando lhe perguntam sobre se a escrita é um bálsamo ou um tormento, ela afirma:

Acho que passa pelos dois. é o Céu e o Inferno ao mesmo tempo. E não acho nenhum melhor do que o outro, ambos têm o seu interesse. Claro que há momentos em que se tem vontade de desistir, deitar tudo fora, rasgar, cortar os pulsos. Mas, ao mesmo tempo, é interessante passar por aquelas dúvidas, aquela insegurança, aquele caos, auqela desconstrução. Vou ser muito honesta consigo: interesso-me mais pelo processo do que pelo resultado. Sou assim em tudo. Quando chega o resultado, já não estou tão interessada naquilo. Raramente revejo alguma coisa que fiz. Sou muito desligada do que passou.

Também penso um pouco assim. Costumo dizer que o passado está muito bem no sítio dele. Quem me conhece sabe que não gosto muito de ler o que escrevo, para não ter a tentação de reescrever. Ainda a propósito da escrita concordo quando ela diz:

(...) um escritor também é um actor para dentro, porque tem de representar um monte de personagens quando escreve.

Já no que toca aos seus 30 anos de felicidade conjugal, afirma:

As relações, como as amizades, são uma lotaria, uma questão de sorte. e um trabalho também! Nenhuma relação vem pronta. Não existe a mulher ou homem ideal, nem sei o que isso será. Nunca se trata da busca de uma perfeição, mas de um melhor uso daquilo que a gente tem: o humor, o amor, o jardim, a comida, o tentar não perder o momento. O resto é um dia de cada vez.

Por fim, deixo-vos uma citação de Ricardo Reis que ela utilizou:
Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.

Assim vai o mundo...

4 comentários:

Anónimo disse...

Um pão daqueles do lado.. só pode ser sorte!Certezinha! ;) Uma mulher bonita, inteligente, com um semblante sereno... que busca novos caminhos. O passar dos anos ao lado dos que amamos, é muito bom. Bjs

Helena disse...

Lembro dela, gostei mto e concordo com tudo!
É um processo desgastante mas fascinante.
Muitos beijos e santa noitinha

Francisco del Mundo disse...

just, exacto....:D
Beijo

Francisco del Mundo disse...

laura, muito bem...:D
beijo e boa noite, dia, semana...:D