O mundo...

Pensei em escrever hoje sobre o concerto que assisti na quarta-feira no Pavilhão Atlântico, de Patrice e Alicia Keys. Foi uma bela noite, com um recinto quase cheio e óptima companhia. Mas eis que ontem à noite vejo uma cena ignóbil nas nossas televisões. A notícia do dia era a violência de alunos a professores, com um vídeo que circula na net da escola Carolina Michaelis no Porto. Antes de tudo, recuso-me a por aqui as imagens porque ontem quando as vi pela primeira e única vez, tirou-me do sério. As pessoas sabem que sou pacífico e não bato em mulheres, mas a rapariga do vídeo merecia um estalo bem assente, como eu levei na minha vida e sobrevivi... O Carolina Michaelis não é uma escola dos ditos locais problemáticos (não é do Cerco, Aleixo, Miragaia ou Leonardo Coimbra), é uma escola considerada tranquila. Ora, o que este caso vem documentar é que o fenómeno da violência na escola está a alastrar a todos os estabelecimentos de ensino. Bem sei que no caso em questão, foi um telemóvel que despoletou a situação (mas também é um telemóvel que regista as imagens em directo), mas o problema é mais grave. Discordei com certos comportamentos de professores na minha vida, achei que estavam a ser injustos, mas em nenhum momento pensei em faltar ao respeito a algum deles. Sabia que dizer que o professor é um segundo pai era um exagero, mas tinha a boa educação para não ser insultuoso. Ora o que falta mesmo nesta rapariga, e em muitos outros, é justamente boa educação. Bem sei que há muitas explicações, o já falado problema do contexto social, a desagregação das famílias (reflectindo-se nos fracos valores incutidos), a falta de rumo dos jovens, a maior liberdade com pouca responsabilidade. Mas nada justifica aquelas imagens! Nada explica aqueles comportamentos. E se o doutor Eduardo Sá vem dizer que se tem de entender a criança e não a castigar, eu lhe digo que estou agradecido às estaladas merecidas que levei. Foram elas que me mostraram os limites dos comportamentos correctos e incorrectos. Os comportamentos individuais tem muitas condicionantes, mas a maior parte da responsabilidade é do próprio. Pode ser entendido, mas não completamente ilibado! Pelo que entendi a professora não apresentou queixa no Conselho Executivo, ou pelo menos não houve consequências. Acho absolutamente errado, porque se não fosse esta fuga do vídeo que comprova a agressão, tudo passaria em claro. Acho que o comportamento deve ser severamente punido, para que se comece a entender que a escola não é uma balda.
Concluindo, irritou-me ver aquela cena toda (da aluna e dos restantes colegas) e apeteceu-me dizer a todos os professores que conheço: "Não querem ter aulas, que se lixem! Que fiquem burros como portas, mas com telemóvel!"

Assim vai o mundo...