Ainda não tinha aqui falado no Acordo Ortográfico! Ora bem, creio ser de facto um acordo prático. Eu sei que foi Portugal que criou a língua portuguesa, mas temos que entender que o facto dela ser falada nos 5 continentes e por mais de 200 milhões de habitantes, faz com que ela se transforme. Poderíamos fazer como o inglês (onde há claramente uma vertente british e american), mas podemos ir mais além. Pensemos por exemplo que o italiano (descendente directo da matriz latina) apenas é falado em Itália! Ou seja, se somos grandes em termos geográficos, podemos unificar essa grandeza! O Quinto Império de Pessoa deve ser construído sobre a língua de Camões, Pepetela, Amado, Agualusa, e tantos outros que a falam, a escrevem, e a reinventam. Há regras que concordo e outras que nem por isso. Podemos dizer que o português de Portugal sofrerá 1,6% de alterações e o do Brasil 0,5%, mas eles são perto de 200 milhões! Sejamos democráticos. Fomos uns colonizadores suaves (comparativamente com outros), demos em primeiro lugar a independência a uma grande colónia (justamente o Brasil), por isso entendamos o nosso lugar e ficaremos na posição de respeitáveis anciãos... Nos próximos dias falarei de algumas das regras e o que penso delas...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, abril 07, 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
15 comentários:
tou como tu! por um lado, sim senhor. por outro...nem por isso!
noivo, depende das coisas...:D
abraço
Não posso deixar de discordar com o acordo ortográfico. A língua perde muita da sua beleza e apesar de não aprecer, muitas das coisas que se perdem são, não excepções, mas sim regras que facilitam a leitura. Uma língua não devia ser forçada a evoluir. Ao longo de todos os tempos as línguas evoluiram naturalmente. Uma língua não é um contrato. É um legado mas não um mau legado. Não nos prende ao passado. Se evoluiu como evoluiu, é porque era assim que tinha que ser. Por alguma razão a Língua Portuguesa é considerada a mais completa e evoluída de todas.
anónimo, não podemos cair no erro de pensar que a evolução dos séculos anteriores será a mesma de agora! Mesmo que não haja acordo ortográfico, pense na forma como os nossos jovens de hoje escrevem pela simples razão que lhes facilita a vida. Não vou dizer que as regras não sejam para facilitar a escrita e leitura, mas é preferível tentar que tenham algumas regras do que seja apenas modificada pelo uso corrente da nova geração...
pois, o problema é que o que é modificado, não tem NADA a ver com o uso corrente da nova geração. E obviamente que a evolução dos séculos anteriores não é a mesma de agora... porque a dos séculos anteriores, já foi! Falar da forma como os jovens de hoje escrevem é completamente irrelevante. Não estamos a modificar a língua para substituir o "que" por "k", nem o "oh pá fôda-se", nem o "cm" em vez de "como" nem o "bj" em vez de "beijo" nem o "amt" em vez de "amo-te" nem a incluir o "prontos" e o "deve de ser". Porque é isso que os jovens de hoje fazem - abreviam ou aprendem erros de pessoas com uma cultura menos forte. Mas seja quem for, a não ser que tenha tido uma escolaridade reduzida, têm educação suficiente para escrever "óptimo" e "acção".
Porque é que mais uma vez temos de ser nós a mudar. Que mudem os outros, pois eles até podem ser mais alguns milhões, mas ora bolas, falar português é falar o nosso português, não nós falarmos o deles (não consideres isto nacionalismo, nem nada parecido, porque de extremos eu não gosto mesmo nada).
Não podia estar mais de acordo com o anónimo.
Beijo
Eu concordo com o acordo ortográfico! É a evolução natural das coisas! Tudo evolui até a lingua falada e escrita! Se concordo com tudo?? Não...mas do mal o menos e certamente todos teremos tempo para nos adaptar!
Não podemos querer aceitar que a lingua portuguesa continue estática e estagne! Se assim fosse ainda falavamos e escrevíamos o português medieval! É o curso normal das coisas! Aceitemos!
Só passei para dizer um obrigado.
Já agora pago para ver o que o novo acordo ortográfico nos vai trazer.
O acordo ortográfico irrita-me. Não digo que não seja útil e resultado da evolução humana, mas parece-me desnecessário. Façam acordos para acabar com as guerras e os conflitos, com a fome, com o desemprego. Com estes acordos qualquer dia o Português vai ter outro nome qualquer.
Eu continuarei a escrever como sempre fiz. Sou muito teimosa, que queres?
anónimo, permita-me que discorde! De duas em duas semanas vejo testes de alunos do 10º ao 12º ano e de facto o que cai muitas vezes é o c e p mudos... E já agora a palavra bué já consta de dicionários portugueses! E também não é por a modificação antiga já ter passado! Ainda nos anos 70 os advérbios de modo (como admiravelmente) perderam os acentos... E há cem anos farmácia era com ph! São mudanças e não devemos ter medo delas...
carla, sabes o que aconteceu a quem por último pensou assim, os romanos?:D Ficou com uma língua morta (latim) e as suas derivações (francês, romeno, português) são línguas vivas.. Isso é um nacionalismo! Por muito que digas que não.. Mas o que podíamos entender é que a língua portuguesa é uma pátria em sim! E essa não distingue os seus filhos portugueses, brasileiros, timorenses, macaenses, africanos, etc.. O nosso Prémio Nobel usa vírgulas como pontos (ou seja criou uma língua para si mesmo), e nunca ninguém lhe disse: Escreva direito! Peço desculpa, mas usar a língua para um certo tipo de discriminação, não faz o meu género! Mas não estou aqui para vos convencer de nada...
2cute4you, estás como eu...:D
Beijo
eu, de nada...Não vai trazer nada de mais...:D
Beijo
catwoman, há período para nos adaptar-nos de cerca de dez anos! Sabemos lá como vamos estar a escrever nessa altura... Quanto aos acordos para acabar com a fome, não dependem de Portugal! A cultura vem depois da guerra nas prioridades humanas, mas também sofre evoluções...
Beijo
Tinha ficado entusiasmada com o tema desta semana, porque ando completamente a leste dos prós e contras do acordo, mas afinal, o tempo tem sido mínimo para acompanhar...
Não tenho uma opinião fundamentada, exactamente porque não ando a par das discussões que se tem feito, mas a verdade é que tudo acaba por ser uma questão de adaptação. Também não me agrada andar a reaprender a escrever, tal como não agradava a introdução do euro e hoje em dia já é (quase) banal. No fundo, o que não agrada não é a modificação em si, mas o comodismo de ter de mudar. Primeiro estranha-se e depois entranha-se.
Quanto à evolução da língua, é uma questão natural, só no "1984" de George Orwell, é que a Novilíngua seguia um processo inverso, redução para limitar o pensamento.
Um dia poderei ter outra opinião, quando estiver mais informada, mas por agora, ficamos assim. ;)
Enviar um comentário