Vi ontem o filme The Queen" de Stephen Frears. Foi o filme que deu o Oscar a Helen Mirren pelo seu papel como Rainha Elizabeth II. O filme passa-se na semana após a morte da Princesa Diana, em Agosto/Setembro de 1997. Retrata as reacções, ou falta delas, da família real e do recém-eleito Tony Blair ao trágico acontecimento. O papel de Helen é magistral e nunca conseguimos decidir se sentimos simpatia ou antipatia pela monarca. Ou seja, choca-nos a frieza com que ela reage primeiramente à notícia mas, guiados pela estranha defesa que o 1º Ministro inglês faz, começamos a pouco e pouco a entender que essa forma de estar é o que a caracterizou durante 50 anos como Chefe de Estado de uma das mais poderosas nações do mundo. Chegou ao poder muito nova e conheceu 16 chefes de governo (o primeiro foi Churchill) num país que gosta de estabilidade e tradição. Teve que sobreviver e aprender a ser Estadista no melhor interesse do povo britânico. Mas a morte da "Princesa do Povo" e toda a cadeia de reacções, dentro e fora do Reino Unido, fê-la entender que talvez já não estivesse tão perto dos seus súbditos. E é aí que aparece a complexa ligação com Tony Blair. Ele tinha sido eleito há pouco, sendo um político trabalhista depois de muito tempo de governo conservador. Era apelidado de modernista, a sua mulher vista (e os comentários no filme aludem a isso) como anti-monárquica e com conselheiros (como Allistair Campbell) pouco simpáticos para com a Casa Real. Assim, ainda antes da morte de Diana, a rainha não vê a sua eleição com muito bons olhos. No entanto, durante a semana subsequente à morte, é ele que fará com que a Rainha abandone Balmoral (casa de férias) e demonstre o seu luto em Londres. O Príncipe Filipe é caracterizado como alguém amarrado às tradições (como a caça ou protocolo) e pouco ligado ao sentimento popular. A Rainha-Mãe é retratada como alguém desfasada da realidade e afastada das decisões. Carlos é visto como um medroso que tenta fazer ver à mãe que por Diana se deveria quebrar as regras. Não se sabe por remorsos de algum tipo ou por ter percebido o verdadeiro sentimento popular...
O filme intercala imagens ficcionadas com imagens reais, o que o torna mais forte. é sobretudo um filme em que temos uma personagem complexa (Rainha) e um facilitador/descomplicador de emoções (Blair). Para ver e reviver aqueles momentos...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, outubro 11, 2007
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2 comentários:
Vi o filme... gostei muito! Mas não pela historia, mas sim pelo desempenho dos actores, filme e' excelente pela caracterização... Ahhh e pra lavar a imagem dos "Royals"...
Beijo.
P.S. gosto do teu blogue, deles todos!
afrika, é de facto um trabalho de actores porque o argumento é veridico...:D Não sei se a imagem fica totalmente lavada, mas pelo menos conhecemos um pouco a dificil relação da realeza britânica com o seu povo...
Beijo
PS- Muito obrigado...:D
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