No dia do funeral de Karol Wojtyla, quis o destino que tivesse outro funeral, de um tio-avô. Tenho uma relação estranha com a morte! Nunca chorei uma morte, nem num funeral... Penso sempre que a eventual dor que a pessoa sofreu já desapareceu e agora já está num lugar tranquilo! Quantos aos que cá ficam, podemos sentir a falta ou ter saudade, mas por isso não choro, sorrio... Posso parecer frio e insensível, mas a verdade é que a minha forma de sentir não se traduz em lágrimas! Evito, porém ver a pessoa no caixão. Procuro sempre guardar outra imagem que não aquela de cera macilenta, mas um sorriso, um olhar vivo... Depois temos também aquele derradeiro momento em que o caixão desce à terra, e que acho deprimente e doloroso. Talvez por ser o adeus final, pelo menos da presença física...
Dei por mim a pensar no meu próprio funeral. Não tenho medo de morrer e por isso se torna natural falar disto! Assim:
Primeiro, no meu funeral os homens vão de preto e as mulheres de branco. Quero que haja contraste puros, a 100%, como quero que a minha vida seja e tem sido...
Segundo, dentro do possível, sem choros... Prefiro risos, piadas, que se lembrem das coisas boas que fiz e disse... Não me desrespeitarão se se rirem me mim quando estiver morto! Só não poderei rir convosco como quando estava vivo...
Terceiro, quero que alguns amigos, ou quem desejar, façam discursos sobre o que realmente pensavam de mim... Ao som de música boa, seja ela qual for (Amanhã é sempre londe demais dos Resistência parece-me um óptimo epitáfio musical)...
Por fim, quero ser cremado (a minha última visão do fogo que adoro) e que as minhas cinzas sejam espalhadas no mar, pois sempre foi mais Água que Terra...
Assim vai o (meu) mundo...
sexta-feira, abril 08, 2005
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