No ano passado, não sei precisar quando, assisti à peça "A prova" de David Auburn na Casa das Artes de V. N. Famalicão pela companhia de teatro Jangada. Há dias pus a gravar um filme que se estreava na nossa televisão. Chamava-se "Proof - Entre o Génio e a Loucura". Realizado por John Madden era protagonizado por Anthony Hopkins, Gwyneth Paltrow e Jake Gyllenhaal. Bastaram-me os primeiros minutos para relembrar a peça. As adaptações são muito semelhantes e foi engraçado ver nomes maiores da sétima arte representarem o que actores portugueses representaram. É um bom filme mas para mim o texto funciona melhor em palco.
Assim vai o mundo...
quarta-feira, março 18, 2009
terça-feira, março 17, 2009
O mundo dos filmes...
Ontem foi dia de cinema português! De tarde o Amália e à noite o Alice de Marco Martins. De uma beleza e simplicidade extremas, o filme é obviamente dominado pela interpretação magistral, portentosa, assombrosa de Nuno Lopes. Beatriz Batarda, Miguel Guilherme, Gonçalo Waddington, Ivo Canelas e Laura Soveral são apenas cabos de suporte a esse pilar que é Nuno Lopes. Lembro-me de ter lido que ele preparou muito bem o papel mas é ao olhar a sua cara, o boneco cinematográfico que cria, que nos parece que carrega o peso do mundo às costas. Ninguém pode imaginar o que sente um pai que vê a filha desaparecer, mas se alguma vez podermos perceber a angústia é ao assistir o trabalho que o Nuno fez. Para quem já tanto me fez rir, este papel mostra que ele é um Actor com A maiúsculo.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo do Famafest...
Ontem assisti ao primeiro filme do Famafest. Vi o Amália! Certas considerações ficarão para outro espaço. Aqui digo que gostei o filme. Sandra Barata Belo faz um papel maravilhoso e por vezes julgamos ver a própria diva do fado. Carla Chambel é uma convincente Celeste Rodrigues e os galãs José Fidalgo, Ricardo Pereira, Ricardo Carriço e António Pedro Cerdeira cumprem. Um bom filme português sobre uma das mais cinematográficas personagens lusas.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo das revistas...
A minha querida Raquel Carrilho entrevista Bruno Nogueira, na Tabu de Sábado. O Bruno tem a minha idade e tive o prazer e a honra de apresentar uma das edições do Curto Circuito com ele. Tem tanto de altura como de talento e timidez. Uma conjugação estranha mas que funciona nele. Nesta entrevista à Raquel ele não se esconde nem se furta a aspectos mais privados. É uma pessoa inteligente. E determinado! Sabe que pode ter aplausos e críticas. Mas tem a certeza que quer trilhar o seu caminho. Há muito que o blog dele está nos favoritos deste blog. Espreitem...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, março 16, 2009
O Mundo e os blogues...
A duas semanas de fazer 4 anos (cerca de 1450 dias), este blog tem hoje o seu post número 1500! Nem sei sobre que escrever. Já falei sobre tudo que quis. Já fui elogiado e criticado. Tive zangas e risos. Fiz amigos (dos que ficam) e inimigos (que rapidamente sairam da minha vida)! Apenas uma coisa se manteve inalterável: escrevi sempre. Bem, mal, assim assim... Mas escrevi! E continuarei a fazê-lo. Enquanto tiver vontade e prazer de o fazer! A todos vocês, agradeço a paciência de me ler.. O meu muito obrigado...
Assim agradece o Mundo...
Assim agradece o Mundo...
domingo, março 15, 2009
O Mundo privado..
Ontem, no início do Famafest (e segue-se uma semana cheia de filmes), um concerto magnífico de Carlos do Carmo. A presença viva de um mestre, neste caso do fado, é sempre para mim uma ocasião especial. Ficam aqui alguns vídeos, não de ontem mas de sempre...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, março 13, 2009
O mundos dos filmes...
Vi ontem o The Wrestler.. Um filme duro, não fácil de ver! Uma magnífica interpretação de Mickey Rourke num papel à sua medida: decadente, desistente, terminal. E quem é que diria que Marisa Tomei tem 44 anos? Com um corpo daqueles. Vejam!!
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, março 12, 2009
O mundo...
Ontem mais um estudante alemão decidiu executar um massacre na sua escola! Matou 15 pessoas antes de se matar. Disse no dia anterior que estava farto de viver. O mais chocante é que antes de se matar, o que não é inédito e nunca irá deixar de existir, decidiu ceifar a vida a 15 pessoas que desejavam viver. Para não falar de que a maior facilidade que os jovens tem hoje de conseguir armas, aumenta a possibilidade de tragédias destas. Imagino que se seguirão agora vários debates em Portugal e no mundo. Mas creio que não haja muita solução.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo das revistas...
Na LER deste mês, magnífica a entrevista de Carlos Vaz Marques ao, provavelmente mais conhecido, sociólogo português António Barreto. Uma viagem ao Portugal dos últimos 50 anos através do olhar lúcido e pensado de um dos nossos melhores intelectuais.
Por falar em intelectuais, ficou-me a curiosidade sobre a obra Os intelectuais de Paul Johnson, analisada e criticada nesta revista por João Pereira Coutinho, Miguel Esteves Cardoso, Lídia Jorge e outros mais.
Assim vai o mundo...
Por falar em intelectuais, ficou-me a curiosidade sobre a obra Os intelectuais de Paul Johnson, analisada e criticada nesta revista por João Pereira Coutinho, Miguel Esteves Cardoso, Lídia Jorge e outros mais.
Assim vai o mundo...
quarta-feira, março 11, 2009
O mundo da música...
Esta música dos The Killers não me sai da cabeça: Human! Are wwe human or are we dancers?
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
terça-feira, março 10, 2009
O mundo da bola...
Leio no Expresso a seguinte notícia:
Conheceram-se em Barcelona, depois um Espanhol-Benfica que acabou com a carreira dos 'encarnado's na Taça UEFA, em Março de 2007. Juliana Boncristiano era bailarina profissional num bar e Manuel Vilarinho convidou-a para umas mini-férias no Algarve. "Eu faço strip, ele viu e insistiu muito para eu vir a Portugal. Como era casado, tinha de ser no Algarve. Aceitei", disse ao Expresso.
A 24 de Abril de 2007, às quatro da manhã, a GNR de Sagres foi chamada a um aparthotel para resolver uma queixa de agressão. A mulher foi levada ao hospital. O homem não foi detido porque não houve flagrante delito. De acordo com a acusação do Ministério Público de Lagos, "Manuel Vilarinho desferiu em Juliana Boncristiano um número indeterminado de socos que a atingiram na cabeça e nos membros superiores, causando-lhe dores e equimoses no ombro direito e no braço esquerdo".
O presidente da Assembleia-Geral do Benfica é acusado de ofensa à integridade física simples, punível com três anos de prisão ou multa. Depende da queixa e só haverá condenação em tribunal se ficar provado que Vilarinho foi o primeiro a agredir.
Juliana, que entretanto voltou a Espanha e diz ter deixado o mundo da noite, garante nada ter feito para provocar as agressões: "Fomos jantar fora com um casal amigo e o Manuel Vilarinho bebeu bastante. Pediu-me para levar o Mercedes e, ao estacionar, uma pedra bateu no fundo do carro. Ele ficou furioso e começou logo a discutir. Parece uma pessoa normal, mas fica transtornado com a bebida".
A discussão foi ouvida pelo vigilante do aparthotel. "Só sabemos o que se passou fora do quarto, lá dentro não sei", descreve um responsável do aparthotel.
"Quando chegámos ao quarto começámos a discutir e ele agrediu-me. Deu-me empurrões, socos e não me deixava sair do quarto. Só não me bateu mais porque me defendi. Fui ao carro dele buscar uma daquelas armas que dão choques e chamei a Polícia", conta Juliana, que apresentou queixa e voltou a Espanha.
"Recebi ameaças para não ir com isto para a frente, mas não podia desisitir. O meu pai e a minha mãe nunca me bateram e não admito que encostem a mão em mim", relata a cidadã brasileira.
Durante dois dias o Expresso tentou contactar Manuel Vilarinho, que teve sempre o telemóvel desligado.
Eu deveria ter desconfiado que aquela cor avermelhada não era do benfiquismo...
Assim vai o mundo...
Conheceram-se em Barcelona, depois um Espanhol-Benfica que acabou com a carreira dos 'encarnado's na Taça UEFA, em Março de 2007. Juliana Boncristiano era bailarina profissional num bar e Manuel Vilarinho convidou-a para umas mini-férias no Algarve. "Eu faço strip, ele viu e insistiu muito para eu vir a Portugal. Como era casado, tinha de ser no Algarve. Aceitei", disse ao Expresso.
A 24 de Abril de 2007, às quatro da manhã, a GNR de Sagres foi chamada a um aparthotel para resolver uma queixa de agressão. A mulher foi levada ao hospital. O homem não foi detido porque não houve flagrante delito. De acordo com a acusação do Ministério Público de Lagos, "Manuel Vilarinho desferiu em Juliana Boncristiano um número indeterminado de socos que a atingiram na cabeça e nos membros superiores, causando-lhe dores e equimoses no ombro direito e no braço esquerdo".
O presidente da Assembleia-Geral do Benfica é acusado de ofensa à integridade física simples, punível com três anos de prisão ou multa. Depende da queixa e só haverá condenação em tribunal se ficar provado que Vilarinho foi o primeiro a agredir.
Juliana, que entretanto voltou a Espanha e diz ter deixado o mundo da noite, garante nada ter feito para provocar as agressões: "Fomos jantar fora com um casal amigo e o Manuel Vilarinho bebeu bastante. Pediu-me para levar o Mercedes e, ao estacionar, uma pedra bateu no fundo do carro. Ele ficou furioso e começou logo a discutir. Parece uma pessoa normal, mas fica transtornado com a bebida".
A discussão foi ouvida pelo vigilante do aparthotel. "Só sabemos o que se passou fora do quarto, lá dentro não sei", descreve um responsável do aparthotel.
"Quando chegámos ao quarto começámos a discutir e ele agrediu-me. Deu-me empurrões, socos e não me deixava sair do quarto. Só não me bateu mais porque me defendi. Fui ao carro dele buscar uma daquelas armas que dão choques e chamei a Polícia", conta Juliana, que apresentou queixa e voltou a Espanha.
"Recebi ameaças para não ir com isto para a frente, mas não podia desisitir. O meu pai e a minha mãe nunca me bateram e não admito que encostem a mão em mim", relata a cidadã brasileira.
Durante dois dias o Expresso tentou contactar Manuel Vilarinho, que teve sempre o telemóvel desligado.
Eu deveria ter desconfiado que aquela cor avermelhada não era do benfiquismo...
Assim vai o mundo...
O mundo da economia...
Ideia engraçada do Expresso! Veja o vídeo. E já agora quem ganhou...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
domingo, março 08, 2009
O mundo da TV...
Há algumas semanas, Conan O'Brien despediu-se do Late Night! Foram momentos loucos de um programa que muitas vezes vivia no limite. Ele agora seguirá para Los Angeles para apresentar o mais bem comportado Tonight Show. Deixo aqui alguns videos de tributo e do último programa...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, março 06, 2009
O mundo da música..
A propósito do filme Gran Torino que falei há dias, aqui fica a música final do filme! Jamie Cullum...
Gran Torino
So tenderly
Your story is
Nothing more
Than what you see
Or
What you've done
Or will become
Standing strong
Do you belong
In your skin
Just wondering
Gentle now
The tender breeze
Blows
Whispers through
My Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engine humms
And bitter dreams
Grow heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
Realign all
The stars
Above my head
Warning signs
Travel far
I drink instead
On my own
Oh,how I've known
The battle scars
And worn out beds
Gentle now
A tender breeze
Blows
Whispers through
A Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engines humm
And bitter dreams
Grow
Heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
These streets
Are old
They shine
With the things
I've known
And breaks
Through
The trees
Their sparkling
Your world
Is nothing more
Than all
The tiny things
You've left
Behind
So tenderly
Your story is
Nothing more
Than what you see
Or
What you've done
Or will become
Standing strong
Do you belong
In your skin
Just wondering
Gentle now
A tender breeze
Blows
Whispers through
The Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engines humm
And bitter dreams
Grow
A heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
May I be
So bold and stay
I need someone
To hold
That shudders
My skin
Their sparkling
Your world
Is nothing more
Than all
The tiny things
You've left
Behind
So realign
All the stars
Above my head
Warning signs
Travel far
I drink instead
On my own
Oh
How i've known
The battle scars
And worn out beds
Gentle now
A tender breeze
Blows
Whispers through
The Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engines humm
And better dreams
Grow
Heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
Assim vai o mundo...
Gran Torino
So tenderly
Your story is
Nothing more
Than what you see
Or
What you've done
Or will become
Standing strong
Do you belong
In your skin
Just wondering
Gentle now
The tender breeze
Blows
Whispers through
My Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engine humms
And bitter dreams
Grow heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
Realign all
The stars
Above my head
Warning signs
Travel far
I drink instead
On my own
Oh,how I've known
The battle scars
And worn out beds
Gentle now
A tender breeze
Blows
Whispers through
A Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engines humm
And bitter dreams
Grow
Heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
These streets
Are old
They shine
With the things
I've known
And breaks
Through
The trees
Their sparkling
Your world
Is nothing more
Than all
The tiny things
You've left
Behind
So tenderly
Your story is
Nothing more
Than what you see
Or
What you've done
Or will become
Standing strong
Do you belong
In your skin
Just wondering
Gentle now
A tender breeze
Blows
Whispers through
The Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engines humm
And bitter dreams
Grow
A heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
May I be
So bold and stay
I need someone
To hold
That shudders
My skin
Their sparkling
Your world
Is nothing more
Than all
The tiny things
You've left
Behind
So realign
All the stars
Above my head
Warning signs
Travel far
I drink instead
On my own
Oh
How i've known
The battle scars
And worn out beds
Gentle now
A tender breeze
Blows
Whispers through
The Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engines humm
And better dreams
Grow
Heart locked
In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
It beats
A lonely rhythm
All night long
Assim vai o mundo...
quinta-feira, março 05, 2009
O mundo das revistas...
A revista Unica de Sábado dedicou-se a coisas pequenas. Lá dentro pequenas entrevistas a alguma personalidades. Joana Amaral Dias, Bruno Nogueira, Carlos do Carmo. Belas perguntas, fantásticas respostas. Leiam! Não custa nada...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, março 04, 2009
O mundo da política...
Uma das piores heranças que Portugal deixou em África foi a nossa eterna ingovernabilidade. O assassinato de Nino Vieira na Guiné é disso testemunho...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo dos filmes...
Vi Gran Torino de e com Clint Eastwood. Gostei muito! Primeiro, a problemática do racismo e da violência. A transformação de ódio em amor e de amor em ódio. O argumento com um fim simplesmente belo! O overacting fabuloso de Clint Eastwood. Um filme a ver...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
terça-feira, março 03, 2009
O mundo da TV...
Ontem a noite e durante o resto da semana, a RTP 2 transmite depois da meia noite um documentário realizado por Yann Arthus-Bertrand. 5 anos e milhares de entrevistas a pessoas comuns sobre temas como a família, felicidade, amor e tantos outros assuntos. É engraçado ver como algumas coisas tem uma perspectiva tão diferente conforme a raça, nacionalidade e obviamente individualidade. Não percam...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo dos filmes...
Vi ontem o filme do Kusturica sobre o Maradona. Louco, louco! Mas também só podia sair este resultado na junção de dois dos mais loucos personagens do mundo. Para quem gosta de futebol, a ver...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, março 02, 2009
O mundo da Tv...
Hoje às 22h20 estreia na Fox mais uma série fantástica. Chama-se "The Listener"! Já vi a primeira temporada e é muito boa.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
O mundo da blogosfera...
A propósito de blogs, uma bela amiga começou este blog delicioso. Visitem e deliciem-se...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
O mundo das crónicas...
A propósito do Carnaval, José Manuel dos Santos...
Se os seres a que chamamos humanos erguessem, sobre as cabeças, uma bandeira que mostrasse o brasão da sua genealogia e da sua condição, a imagem que as simbolizava haveria de ter uma máscara. É que criámos poucas coisas que melhor nos dizem do que esse outro rosto do rosto, onde nos escondemos e mostramos. A máscara, negando-nos, afirma-nos, dizendo o que somos na identidade, no disfarce, na alteridade, na representação, na pseudonomia, na mediação. E na catarse, na transfiguração, no enigma, na possessão, no engano, na ocultação, no rito, no adorno. Por isso, em tudo o que é nosso há máscaras de um rosto encoberto. Divinas ou demoníacas, animais ou vegetais, carnavalescas ou funerárias, marciais ou pacíficas, cómicas ou trágicas, sagradas ou profanas, materiais ou imateriais, as máscaras atravessam a antropologia, a psicanálise, a sociologia, a política, a medicina, a religião, a filosofia, o teatro, a literatura, a pintura, a escultura, a fotografia, o cinema, a dança, a ópera, a banda desenhada, o desporto. E a magia, o humor, o espiritismo, a espionagem, a aventura, o amor, a guerra, o crime.
Fernando Pessoa lembrava que o seu nome vinha da palavra latina persona, que significa máscara. E, ao lembrá-lo, dava uma razão de destino à criação dos heterónimos e à sua multiplicação neles. Mas toda a literatura é a máscara verbal de um rosto em fuga. É um teatro do ser. Os gregos, Shakespeare, Beckett sabiam-no.
Os romances estão também cheios de máscaras. Dom Quixote e Sancho Pança são máscaras um do outro - e nossas. Assim o são Narciso e Goldmundo. Também Bouvard e Pécuchet são máscaras do incessante carnaval da estupidez humana. E a obra de Proust diz-nos que viver é trocar as máscaras do tempo. O seu livro dá ao rosto do narrador a máscara do escritor. E Borges é a máscara de Borges até ao infinito. Na filosofia, para Espinosa, o mundo não é a máscara de Deus? E, para Kant, o fenómeno não é a máscara do númeno?
Na pintura, as máscaras são um rosto. Não precisamos de olhar os quadros cheios de máscaras de Pietro Longhi ou de Picasso para saber isso. Os auto-retratos de Rembrandt são máscaras de um rosto que durou menos do que elas. E, em "As Meninas", que faz Velázquez senão mostrar a máscara da pintura, mostrando o rosto do pintor?
As primeiras imagens do Casanova de Fellini misturam os rostos e as máscaras que fazem o mundo. E que fazem a vida, o amor, a morte. Já imaginaram o que seria a ópera sem máscaras, disfarces, enganos e travestis?
O Carnaval é o grande tempo da máscara, porque é o grande tempo do mundo, antes que venha a Quaresma e a renúncia a ele. Lembro-me dos carnavais da minha infância, com assaltos e cegadas que transformavam a rua num teatro ambulante e as pessoas em personagens (máscaras) de uma peça escrita pelo acaso. E aquele saber selvagem de que "a vida são dois dias e o Carnaval são três" vale mais do que muitos saberes domesticados.
Na escola da minha adolescência, havia um rapaz orgulhoso e feio, com cara de caraça. Todos os dias, quando estávamos sentados à espera que o professor entrasse na aula, havia um colega que exclamava: "Ó João, tira a máscara, que já não estamos no Carnaval!" Ele ria, furioso, mas aquela crueldade assassina, em vez de o diminuir, aumentava-o. Nunca foi, que eu saiba, ao psicanalista. Fez melhor: tornou-se um sedutor de êxito invencível. Perante o seu poder de conquista, a inveja dos outros aumentava-lhes a crueldade. Mas por cada "Ó João, tira a máscara!" que diziam, caíam mais umas tantas raparigas na sua teia, provando que, também no amor, a arte pode mais do que a natureza.
Com a minha memória de máscaras, traço uma linha que passa pelos grandes carnavais. Num extremo dessa linha, está o Carnaval do Rio; no outro, o Carnaval de Veneza. Tão diferentes e tão distantes, não serão eles, afinal, a máscara um do outro? Não será a nudez a máscara da veste e a veste a máscara da nudez? E não será o frio da laguna a máscara do calor do sambódromo? E não será a morte a máscara da vida, que é a máscara da morte? Ao respondermos a estas perguntas, escolhemos uma máscara para o nosso rosto.
Assim vai o mundo...
Se os seres a que chamamos humanos erguessem, sobre as cabeças, uma bandeira que mostrasse o brasão da sua genealogia e da sua condição, a imagem que as simbolizava haveria de ter uma máscara. É que criámos poucas coisas que melhor nos dizem do que esse outro rosto do rosto, onde nos escondemos e mostramos. A máscara, negando-nos, afirma-nos, dizendo o que somos na identidade, no disfarce, na alteridade, na representação, na pseudonomia, na mediação. E na catarse, na transfiguração, no enigma, na possessão, no engano, na ocultação, no rito, no adorno. Por isso, em tudo o que é nosso há máscaras de um rosto encoberto. Divinas ou demoníacas, animais ou vegetais, carnavalescas ou funerárias, marciais ou pacíficas, cómicas ou trágicas, sagradas ou profanas, materiais ou imateriais, as máscaras atravessam a antropologia, a psicanálise, a sociologia, a política, a medicina, a religião, a filosofia, o teatro, a literatura, a pintura, a escultura, a fotografia, o cinema, a dança, a ópera, a banda desenhada, o desporto. E a magia, o humor, o espiritismo, a espionagem, a aventura, o amor, a guerra, o crime.
Fernando Pessoa lembrava que o seu nome vinha da palavra latina persona, que significa máscara. E, ao lembrá-lo, dava uma razão de destino à criação dos heterónimos e à sua multiplicação neles. Mas toda a literatura é a máscara verbal de um rosto em fuga. É um teatro do ser. Os gregos, Shakespeare, Beckett sabiam-no.
Os romances estão também cheios de máscaras. Dom Quixote e Sancho Pança são máscaras um do outro - e nossas. Assim o são Narciso e Goldmundo. Também Bouvard e Pécuchet são máscaras do incessante carnaval da estupidez humana. E a obra de Proust diz-nos que viver é trocar as máscaras do tempo. O seu livro dá ao rosto do narrador a máscara do escritor. E Borges é a máscara de Borges até ao infinito. Na filosofia, para Espinosa, o mundo não é a máscara de Deus? E, para Kant, o fenómeno não é a máscara do númeno?
Na pintura, as máscaras são um rosto. Não precisamos de olhar os quadros cheios de máscaras de Pietro Longhi ou de Picasso para saber isso. Os auto-retratos de Rembrandt são máscaras de um rosto que durou menos do que elas. E, em "As Meninas", que faz Velázquez senão mostrar a máscara da pintura, mostrando o rosto do pintor?
As primeiras imagens do Casanova de Fellini misturam os rostos e as máscaras que fazem o mundo. E que fazem a vida, o amor, a morte. Já imaginaram o que seria a ópera sem máscaras, disfarces, enganos e travestis?
O Carnaval é o grande tempo da máscara, porque é o grande tempo do mundo, antes que venha a Quaresma e a renúncia a ele. Lembro-me dos carnavais da minha infância, com assaltos e cegadas que transformavam a rua num teatro ambulante e as pessoas em personagens (máscaras) de uma peça escrita pelo acaso. E aquele saber selvagem de que "a vida são dois dias e o Carnaval são três" vale mais do que muitos saberes domesticados.
Na escola da minha adolescência, havia um rapaz orgulhoso e feio, com cara de caraça. Todos os dias, quando estávamos sentados à espera que o professor entrasse na aula, havia um colega que exclamava: "Ó João, tira a máscara, que já não estamos no Carnaval!" Ele ria, furioso, mas aquela crueldade assassina, em vez de o diminuir, aumentava-o. Nunca foi, que eu saiba, ao psicanalista. Fez melhor: tornou-se um sedutor de êxito invencível. Perante o seu poder de conquista, a inveja dos outros aumentava-lhes a crueldade. Mas por cada "Ó João, tira a máscara!" que diziam, caíam mais umas tantas raparigas na sua teia, provando que, também no amor, a arte pode mais do que a natureza.
Com a minha memória de máscaras, traço uma linha que passa pelos grandes carnavais. Num extremo dessa linha, está o Carnaval do Rio; no outro, o Carnaval de Veneza. Tão diferentes e tão distantes, não serão eles, afinal, a máscara um do outro? Não será a nudez a máscara da veste e a veste a máscara da nudez? E não será o frio da laguna a máscara do calor do sambódromo? E não será a morte a máscara da vida, que é a máscara da morte? Ao respondermos a estas perguntas, escolhemos uma máscara para o nosso rosto.
Assim vai o mundo...
terça-feira, fevereiro 24, 2009
O mundo do Carnaval...
O Carnaval na minha terrinha começa a ser uma tradição muito engraçada que chama pessoas de várias cidades vizinhas... Ontem não foi excepção! Uma grande noite em que toda a gente se mascara e pode ser alguém diferente...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
O mundo dos Oscars...
Os Oscars!! Vocês sabem que adoro o Jon Stewart, mas este ano a cerimónia teria que ser pouco política e mais festeira por esquecer a crise. E Hugh Jackman fez um grande número de abertura.
Quanto aos prémios, Penelope Cruz e o expectável Heath Ledger levaram o Oscar para Melhor Actriz e Actor Secundário. Kate Winslet confirmou as expectativas e levou o Oscar de Melhor Actriz. Sean Penn surpreendeu, não pelo papel mas porque toda a gente pensava que Mickey Rourke ia ter um prémio para o regresso.
É claro que o grande vencedor foi "Quem quer ser milionário", que ainda não vi. Para além de Oscars técnicos, os Oscars de Melhor Realizador e Melhor Filme certamente atestam que é um filme a ver...
E aqui ficam os melhores momentos da cerimónia...
Assim vai o mundo..
Quanto aos prémios, Penelope Cruz e o expectável Heath Ledger levaram o Oscar para Melhor Actriz e Actor Secundário. Kate Winslet confirmou as expectativas e levou o Oscar de Melhor Actriz. Sean Penn surpreendeu, não pelo papel mas porque toda a gente pensava que Mickey Rourke ia ter um prémio para o regresso.
É claro que o grande vencedor foi "Quem quer ser milionário", que ainda não vi. Para além de Oscars técnicos, os Oscars de Melhor Realizador e Melhor Filme certamente atestam que é um filme a ver...
E aqui ficam os melhores momentos da cerimónia...
Assim vai o mundo..
O mundo do cinema...
Hoje é a noite mais longa do cinema. Vou seguir os Oscars um pouco distanciado porque vi poucos dos nomeados. Mas depois comentarei...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
O mundo do cinema..
Agora que se aproximam os Oscars, a UNICA e a TABU falam-nos de cinema.
Na UNICA, todos os anos, juntam-se alguns dos nomeados para uma mesa redonda sobre cinema. Menos divertida que em outros anos, esta pautou-se pela rebeldia. Mickey Rourke, Robert Downey Jr, Brad Pitt e um sempre espirituoso Frank Langella conseguiram pautar as suas palavras pela insubordinação.
Na Tabu, a Raquel Carrilho traça o perfil de um actor que podia ter sido marcante mas que se deixou enredar em problemas pessoais. Mickey Rourke tem agora uma nova oportunidade de ganhar o Oscar (já levou o Golden Globe e o BAFTA). Vamos ver se a Academia se compadece.
Assim vai o mundo...
Na UNICA, todos os anos, juntam-se alguns dos nomeados para uma mesa redonda sobre cinema. Menos divertida que em outros anos, esta pautou-se pela rebeldia. Mickey Rourke, Robert Downey Jr, Brad Pitt e um sempre espirituoso Frank Langella conseguiram pautar as suas palavras pela insubordinação.
Na Tabu, a Raquel Carrilho traça o perfil de um actor que podia ter sido marcante mas que se deixou enredar em problemas pessoais. Mickey Rourke tem agora uma nova oportunidade de ganhar o Oscar (já levou o Golden Globe e o BAFTA). Vamos ver se a Academia se compadece.
Assim vai o mundo...
O mundo dos filmes...
Ontem fui ver "Ensaio sobre a Cegueira"! Não li o livro. Irei lê-lo, tenho a certeza disso. O filme é complicado de avaliar! Consegue transmitir-nos a sensação de angústia da falta de visão, mas há uma parte do filme crua, demasiado crua. Como se o realizador tivesse decidido mostrar-nos o fundo da natureza humana! Sem parar e sem remorsos. E com isso pode ter perdido alguns espectadores que não tem o estomago para aguentar essa queda. O fim do filme diz-nos que apesar de vermos, somos cegos. Cegos de moral, cegos de compaixão, cegos de humanidade. Talvez seja verdade...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
O mundo das revistas...
Entrevista brutal de Júlio Machado Vaz à ÚNICA de Sábado. A primeira parte é dominada pelo sexólogo, o mais reconhecido e se calhar o mais competente de Portugal. Mas é quando o homem se abre, que algo indescritível acontece. A relação com o pai, com a mãe, com o Alzheimer dos dois, com a eutanásia, com a depressão de quatro anos que teve, com a vida... «E ser "psi" não o ajuda em nada? Absolutamente nada."... A ler...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo da música...
Um a um, os gradiosos músicos de Buena Vista Social Club vão partindo. Agora foi Cachaíto Lopez! Neste vídeo com Ibrahim Ferrer...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
O mundo das crónicas...
Apesar de não concordar com ele muitas vezes é com pena que vejo que o João Pereira Coutinho vai sair do Expresso! Despediu-se assim...
Expresso
Hoje é dia dos namorados e eu, rapaz romântico, termino aqui uma relação de cinco anos por decisão estritamente pessoal. Falo da minha relação com o Expresso, claro, e não posso deixar de partir com alguma frustração à mistura. Entendam: eu faço parte de uma geração que cresceu com o semanário "O Independente". E fazer parte dessa geração implicava olhar para o Expresso como o "saco de papel" institucional e cinzento, onde a liberdade criativa não abundava. O Expresso era o inimigo: na filosofia e nas vendas. Abominar o Expresso era o dever de qualquer colunista "conservador" que se prezasse.
Pois bem, estes cinco anos de colaboração com o Expresso foram a prova semanal de que estava errado. Com José António Saraiva, primeiro; e com Henrique Monteiro, depois, o Expresso foi, ironia das ironias, um prolongamento natural da doce liberdade, e da doce inconsciência, que eu bebi no "Independente". Sim, era bom bater com a porta, armar barraca, acusar o Expresso de maldades várias. Mas o Expresso é um desmancha-prazeres: nesta casa, escrevi sempre o que quis, como quis, onde quis. E, pior, directores e editores foram permitindo e apoiando, sem pressões, sugestões ou hesitações de qualquer espécie, os meus recorrentes números jornalísticos. Se falhei, falhei por mim. Se acertei, foi por minha conta e risco. É pouco?
Não, leitores. É tudo. A liberdade é a condição básica de que vive qualquer colunista. Hoje, cinco anos depois, saio como entrei: grato e de cabeça limpa. (UNICA)
Assim vai o mundo...
Expresso
Hoje é dia dos namorados e eu, rapaz romântico, termino aqui uma relação de cinco anos por decisão estritamente pessoal. Falo da minha relação com o Expresso, claro, e não posso deixar de partir com alguma frustração à mistura. Entendam: eu faço parte de uma geração que cresceu com o semanário "O Independente". E fazer parte dessa geração implicava olhar para o Expresso como o "saco de papel" institucional e cinzento, onde a liberdade criativa não abundava. O Expresso era o inimigo: na filosofia e nas vendas. Abominar o Expresso era o dever de qualquer colunista "conservador" que se prezasse.
Pois bem, estes cinco anos de colaboração com o Expresso foram a prova semanal de que estava errado. Com José António Saraiva, primeiro; e com Henrique Monteiro, depois, o Expresso foi, ironia das ironias, um prolongamento natural da doce liberdade, e da doce inconsciência, que eu bebi no "Independente". Sim, era bom bater com a porta, armar barraca, acusar o Expresso de maldades várias. Mas o Expresso é um desmancha-prazeres: nesta casa, escrevi sempre o que quis, como quis, onde quis. E, pior, directores e editores foram permitindo e apoiando, sem pressões, sugestões ou hesitações de qualquer espécie, os meus recorrentes números jornalísticos. Se falhei, falhei por mim. Se acertei, foi por minha conta e risco. É pouco?
Não, leitores. É tudo. A liberdade é a condição básica de que vive qualquer colunista. Hoje, cinco anos depois, saio como entrei: grato e de cabeça limpa. (UNICA)
Assim vai o mundo...
terça-feira, fevereiro 17, 2009
O mundo das causas...
Estas musicas fazem parte do Movimento UPA (Unidos Para Ajudar) da associação Encontrar+se. CD+DVD á venda ou podem fazer download destas ou de outras musicas em troca de um pequeno donativo em http://www.encontrarse.pt.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
O mundo da TV...
A nova série a que estou colado: chama-se Flashpoint e está na Fox...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo dos jornais...
O José Manuel dos Santos escreve como eu, mas "em bom"...
Ela
Era no tempo em que havia tempo para o ter. Então, os cafés eram salas de conversa, de observação, de escuta. Falava-se de tudo, e nesse tudo de que se falava estava mesmo aquilo de que não se podia falar. No Café Monte Carlo, havia mesas para todas as tribos: escritores, pintores, actores, jornalistas, médicos, advogados, voyeurs de vários voyeurismos. Numa delas, costumava sentar-se a Laura Alves com as amigas. Toda a sua vida decorria no Saldanha. Morava na Avenida Praia da Vitória, representava no Teatro Monumental e frequentava o Monte Carlo.
Como Vivien Leigh em "The Roman Spring of Mrs. Stone", aparecia escondida atrás de uns óculos escuros que ainda mais a mostravam. Fora do palco, era frágil e fugidia. No palco, era uma força da natureza - intuitiva, infatigável, exuberante. Tinha um talento popular: peça onde entrasse era êxito garantido. Era casada com o quase único empresário teatral de um tempo em que tudo era único, Vasco Morgado, que financiava com os grandes êxitos dela os muitos fracassos dele. A actriz teve uma carreira constante e diversa: fez tudo, o bom e o mau. Mas mesmo o mau fazia bem. Após o 25 de Abril, dedicou-se ao espiritismo - até ao espiritismo político. Acabou desvairada e dizem que a demolição do Monumental foi um golpe que lhe aumentou o desvario. Era então vista, quando a noite crescia, entre as ruínas do teatro, a recitar tiradas de peças que aí tinha representado.
Nos tempos de glória, entre as senhoras que se sentavam à sua mesa do Monte Carlo, havia uma que presumia ser mais do que as outras. E notava-se! Logo que uma delas aparecia com um casaco novo, ela exclamava: "Que graça! Tenho um casaco assim, mas em bom." As amigas ouviam-na e calavam a fúria. Num outro dia, quando alguma contava que o filho entrara num colégio, ela dizia: "O meu filho anda também num colégio parecido, mas em bom." E mal uma comunicava às outras, orgulhosa, que o marido a tinha levado a jantar a um restaurante, ela comentava: "Também fui recentemente jantar fora, mas a um restaurante em bom."
Tanto isto disse que, antes de abrir a boca, as outras já sabiam o isto que ela ia dizer. E como a repetição, se nos cansa, também nos torna indiferentes, ninguém se importava já com aquelas manifestações de altivez. Passaram mesmo a ser ouvidas como uma marca de estilo, um sinal de coerência, uma prova de vida. Os anos foram assim passando como um rio sereno e continuava a ser rara a tarde em que ela não submetia alguém à comparação humilhante de ser ou de ter em mau o que ela era ou tinha em bom. Mas uma coisa é suportarmos a humilhação; outra, bem diferente, é renunciarmos à oportunidade de nos vingarmos dela. E foi isso que aconteceu.
Uma tarde amena de Primavera, em que a luz de Lisboa parecia ainda mais acesa do que a alegria nos olhos dos que a viam, ela entrou no café como se, em vez desse tempo doce, um temporal se abatesse sobre a cidade. O cabelo vinha revolto; a roupa, desalinhada; a maquilhagem, desbotada; o olhar, desorbitado; a voz, esganiçada. Contou que não tinha dormido - estava a enlouquecer. Atirou-se para uma cadeira, começou a lamentar-se amargamente e, depois de as amigas a terem acalmado, contou-lhes que o marido a tinha trocado por outra. "Por quem?", perguntaram-lhe em uníssono, curiosas e perversas. Ela apenas sabia que a tal outra era nova, pois conhecia-a de vista - mas mesmo assim lá a foi difamando como pôde. E, com os punhos erguidos, ameaçou: "Isto não fica assim!"
As amigas ouviam-na, com uma mistura de pena e contentamento, cuja proporção variava ao ritmo das inflexões de lamento e fúria que ela ia pondo na voz. Foi então que a Laura Alves disse o que todas estavam a pensar. Olhou a desgraçada com uma altivez simétrica daquela com que, no grande tempo, ela as costumava fitar, demorou a pausa que lhe antecedeu a fala como se estivesse em palco a representar e atirou-lhe: "Não te zangues, querida. Afinal, o teu marido limitou-se a trocar-te por uma mulher assim como tu, mas em bom!" A desgraçada escutou, surpreendida, aquelas palavras que pareciam sair da sua boca. Levantou-se e, alucinada, começou a repeti-las como num eco: "Em bom! Em bom! Em bom!" Depois, correu para a rua e desapareceu, ainda a repeti-las. Nunca mais foi vista no Saldanha...(ACTUAL)
Assim vai o mundo...
Ela
Era no tempo em que havia tempo para o ter. Então, os cafés eram salas de conversa, de observação, de escuta. Falava-se de tudo, e nesse tudo de que se falava estava mesmo aquilo de que não se podia falar. No Café Monte Carlo, havia mesas para todas as tribos: escritores, pintores, actores, jornalistas, médicos, advogados, voyeurs de vários voyeurismos. Numa delas, costumava sentar-se a Laura Alves com as amigas. Toda a sua vida decorria no Saldanha. Morava na Avenida Praia da Vitória, representava no Teatro Monumental e frequentava o Monte Carlo.
Como Vivien Leigh em "The Roman Spring of Mrs. Stone", aparecia escondida atrás de uns óculos escuros que ainda mais a mostravam. Fora do palco, era frágil e fugidia. No palco, era uma força da natureza - intuitiva, infatigável, exuberante. Tinha um talento popular: peça onde entrasse era êxito garantido. Era casada com o quase único empresário teatral de um tempo em que tudo era único, Vasco Morgado, que financiava com os grandes êxitos dela os muitos fracassos dele. A actriz teve uma carreira constante e diversa: fez tudo, o bom e o mau. Mas mesmo o mau fazia bem. Após o 25 de Abril, dedicou-se ao espiritismo - até ao espiritismo político. Acabou desvairada e dizem que a demolição do Monumental foi um golpe que lhe aumentou o desvario. Era então vista, quando a noite crescia, entre as ruínas do teatro, a recitar tiradas de peças que aí tinha representado.
Nos tempos de glória, entre as senhoras que se sentavam à sua mesa do Monte Carlo, havia uma que presumia ser mais do que as outras. E notava-se! Logo que uma delas aparecia com um casaco novo, ela exclamava: "Que graça! Tenho um casaco assim, mas em bom." As amigas ouviam-na e calavam a fúria. Num outro dia, quando alguma contava que o filho entrara num colégio, ela dizia: "O meu filho anda também num colégio parecido, mas em bom." E mal uma comunicava às outras, orgulhosa, que o marido a tinha levado a jantar a um restaurante, ela comentava: "Também fui recentemente jantar fora, mas a um restaurante em bom."
Tanto isto disse que, antes de abrir a boca, as outras já sabiam o isto que ela ia dizer. E como a repetição, se nos cansa, também nos torna indiferentes, ninguém se importava já com aquelas manifestações de altivez. Passaram mesmo a ser ouvidas como uma marca de estilo, um sinal de coerência, uma prova de vida. Os anos foram assim passando como um rio sereno e continuava a ser rara a tarde em que ela não submetia alguém à comparação humilhante de ser ou de ter em mau o que ela era ou tinha em bom. Mas uma coisa é suportarmos a humilhação; outra, bem diferente, é renunciarmos à oportunidade de nos vingarmos dela. E foi isso que aconteceu.
Uma tarde amena de Primavera, em que a luz de Lisboa parecia ainda mais acesa do que a alegria nos olhos dos que a viam, ela entrou no café como se, em vez desse tempo doce, um temporal se abatesse sobre a cidade. O cabelo vinha revolto; a roupa, desalinhada; a maquilhagem, desbotada; o olhar, desorbitado; a voz, esganiçada. Contou que não tinha dormido - estava a enlouquecer. Atirou-se para uma cadeira, começou a lamentar-se amargamente e, depois de as amigas a terem acalmado, contou-lhes que o marido a tinha trocado por outra. "Por quem?", perguntaram-lhe em uníssono, curiosas e perversas. Ela apenas sabia que a tal outra era nova, pois conhecia-a de vista - mas mesmo assim lá a foi difamando como pôde. E, com os punhos erguidos, ameaçou: "Isto não fica assim!"
As amigas ouviam-na, com uma mistura de pena e contentamento, cuja proporção variava ao ritmo das inflexões de lamento e fúria que ela ia pondo na voz. Foi então que a Laura Alves disse o que todas estavam a pensar. Olhou a desgraçada com uma altivez simétrica daquela com que, no grande tempo, ela as costumava fitar, demorou a pausa que lhe antecedeu a fala como se estivesse em palco a representar e atirou-lhe: "Não te zangues, querida. Afinal, o teu marido limitou-se a trocar-te por uma mulher assim como tu, mas em bom!" A desgraçada escutou, surpreendida, aquelas palavras que pareciam sair da sua boca. Levantou-se e, alucinada, começou a repeti-las como num eco: "Em bom! Em bom! Em bom!" Depois, correu para a rua e desapareceu, ainda a repeti-las. Nunca mais foi vista no Saldanha...(ACTUAL)
Assim vai o mundo...
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
O mundo da TV...
Eu pensava que já tinha visto tudo na TV japonesa, mas eles surpreendem-me sempre...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
terça-feira, fevereiro 10, 2009
O mundo das revistas...
Bela entrevista da Raquel Carrilho a uma das mais bonitas actrizes portuguesas. Sandra Cóias mostra-se uma mulher determinada e senhora do seu caminho. Estreou agora o filme "Second Life", onde pelos vistos tem uma cena arrojada, mas sente-se bem e isso é que importa. Quanto ao seu ar oriental, é um mistério porque é filha de um alentejano e uma viseense!

Assim vai o mundo...

Assim vai o mundo...
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
O mundo do desporto...
Acho-o um treinador mediano! Foi campeão do mundo no pior Mundial de sempre com uma selecção brasileira com individualidades fortes, conseguiu que um país que gosta de mitos perdesse uma final de um Europeu em casa contra uma equipa fraca como a Grécia, e agora foi despedido do Chelsea ao fim de alguns meses: Scolari!
O Chelsea despediu Luiz Felipe Scolari "com efeitos imediatos", conforme se pode ler no comunicado oficial divulgado hoje pelo clube inglês.
Os 'blues' justificam a demissão do treinador com a "deterioração das exibições e dos resultados num momento chave da temporada". Por isso, o emblema londrino assegura que a única opção encontrada para continuar a lutar pelos objectivos a que se propôs no início da época foi dispensar Scolari.
O Chelsea informa ainda que já iniciou a procura por um novo treinador e que, até o sucessor de Scolari ser encontrado, o técnico adjunto Ray Wilkins ficará no comando da equipa londrina.
Luiz Felipe Scolari deixou o Chelsea decorridas 25 jornadas da Premier League, com o clube a ocupar o 4.º lugar, com 49 pontos. O Manchester United lidera com 56 pontos (menos um jogo), seguido do Liverpool, com 54, e Aston Villa, com 51.
O clube mais português de Inglaterra, com Hilário, Ricardo Carvalho, Bosingwa, Paulo Ferreira e Deco perde o ex-seleccionador português, que esteve no comando técnico do Chelsea durante aproximadamente sete meses. (EXPRESSO)
Assim vai o mundo...
O Chelsea despediu Luiz Felipe Scolari "com efeitos imediatos", conforme se pode ler no comunicado oficial divulgado hoje pelo clube inglês.
Os 'blues' justificam a demissão do treinador com a "deterioração das exibições e dos resultados num momento chave da temporada". Por isso, o emblema londrino assegura que a única opção encontrada para continuar a lutar pelos objectivos a que se propôs no início da época foi dispensar Scolari.
O Chelsea informa ainda que já iniciou a procura por um novo treinador e que, até o sucessor de Scolari ser encontrado, o técnico adjunto Ray Wilkins ficará no comando da equipa londrina.
Luiz Felipe Scolari deixou o Chelsea decorridas 25 jornadas da Premier League, com o clube a ocupar o 4.º lugar, com 49 pontos. O Manchester United lidera com 56 pontos (menos um jogo), seguido do Liverpool, com 54, e Aston Villa, com 51.
O clube mais português de Inglaterra, com Hilário, Ricardo Carvalho, Bosingwa, Paulo Ferreira e Deco perde o ex-seleccionador português, que esteve no comando técnico do Chelsea durante aproximadamente sete meses. (EXPRESSO)
Assim vai o mundo...
sábado, fevereiro 07, 2009
O mundo do cinema...
Vi ontem o filme "Sexo e a cidade"! Não sendo um fanático da série, vi todas as temporadas. Divertia-me com as histórias mas não deixava de pensar como seria se fossem quatro homens nas mesmas situações. O filme é um desfile de marcas e griffes com algum enredo à volta. Os sub-argumentos de cada uma das personagens são engraçados mas simples. Um filme leve para entreter...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
O mundo da TV...
Vi ontem o último episódio da primeira série de "Damages / Sem Escrúpulos". Não sei se pelo argumento, se pela forma como está construído, sei que não me conseguiu cativar. Acho que dos 13 episódios, se devia fazer um resumo em três e continuar com aquilo que acho que será a segunda série. Seria injusto não destacar as interpretações de Glenn Close e Ted Danson!
Já agora, por falar em séries, já só falta um episódio da magnífica "Kill Point / Depois do Iraque"! Uma série sobre um assalto a um banco por um grupo de ex-militares. Algo corre mal e torna-se uma situação de reféns. Às segundas na Fox, com John Leguizamo e Donnie Wahlberg...
Assim vai o mundo...
Já agora, por falar em séries, já só falta um episódio da magnífica "Kill Point / Depois do Iraque"! Uma série sobre um assalto a um banco por um grupo de ex-militares. Algo corre mal e torna-se uma situação de reféns. Às segundas na Fox, com John Leguizamo e Donnie Wahlberg...
Assim vai o mundo...
terça-feira, fevereiro 03, 2009
O mundo das crónicas...
Falei ontem do intervalo do Superbowl! A propósito fica esta crónica sobre o Intervalo, do inevitável José Manuel dos Santos...
Intervalo
Quando quero sentir mais leve o peso que, em mim, de mim me pesa, ando pelas ruas da cidade velha porque sei que a tristeza delas é ainda maior que a tristeza minha. Vou andando, ora devagar ora depressa, e, ao olhar o que passa ou o que fica, é de mim que parto mais pesado e é a mim que chego mais leve. Vou andando, com uma imobilidade que se desloca, e vejo e oiço e sinto e penso, assim os animais olham, ouvem, sentem e pensam, excepto naquela parte deles que não existe para o saber.
Ando sob a luz que se vira para dentro e por isso escurece. Ando e sei que ter destino é um erro que não se corrige. Por isso, nos meus passos há todas as certezas que se mudam noutras tão incertas como essas. Ando naquele intervalo entre o que sou ao não ser e o que não sou ao ser. Ando e sei que aqueles que passam e se distraem da sua distracção olhando-me vêem um homem de meia-idade que parece um pouco mais novo do que é, com um andar que procura o seu ritmo e a sua atenção, uma cara que se ausenta do seu sorriso para estar mais de acordo com o anoitecer, um cabelo que começa a não ser só escuro e que cede na sua continuidade. Esses vêem-me sem me conhecer e assim ficam perto de mim, que também não me conheço, nem sequer me vejo passar, senão em imagens de um eu que não sou. Vêem-me, e eu sei que o ver não lhes diz o que vêem. Por isso lhes agrado ou lhes desagrado por razões que são mais deles do que minhas. Ando sob a claridade que começa a ser escuridão e, enquanto as luzes não se acendem, há um hiato entre tudo e o seu contrário, inversão de sinais, reverso de sentidos.
Ando e oiço o que falam os que falam sozinhos ou acompanhados. Oiço as suas palavras inúteis, gastas e repetitivas. Oiço os que dizem apenas o que já ouviram, cópias de um original que nunca foi deles. Oiço os medíocres que dizem a mediocridade dos outros para negarem a sua. Oiço os infelizes que choram a felicidade alheia por saberem que nunca será própria.
Oiço a voz deste tempo que é feita de exclamações baixas, gritos calmos, desesperos mansos, angústias medidas, suicídios mudos. Oiço as vozes que se negam na raiz e que se desmentem no auge. Oiço falar de desemprego, de falência, de ruína, de medo. E fico exposto à interrogação que me pergunta: como é possível não haver nisto o tempo de uma rebelião? Oiço falar de um homem negro que está num gabinete oval e sei que a esperança é uma flor que abre num caule frágil ao vento. Falam dele como de um feiticeiro, de um curandeiro, de um xamã. Falam dele como se fosse um próximo, um parente, um amigo.
Subitamente, passa um gato, e eu olho o seu olhar agudo. Há mais verdade nesse olhar do que no meu, fatigado dela. Há mais alegria nesse olhar do que no nosso, desapossado dela. O gato pára, e a sua hesitação aproxima-o de mim. Depois, corre e desaparece numa esquina esquecida. Nunca mais o verei: morre no meu olhar, mas deixa nele o seu fantasma. Agora, passa uma mulher vestida com roupas velhas que são a única coisa que possui. Anda ao lixo e, da sua boca sem dentes, saem palavras que se ouvem como se fossem a faca que corta ao meio as que o nosso pensamento soletra: "Não há direito, uns com tanto e outros com nada. Ando aqui porque Deus é um cego a quem ninguém dá esmola!"
À porta da igreja fechada, uma rapariga toca flauta no cimo das escadas, e o seu amigo não se importa de a ceder um pouco para ganhar a recompensa que os sustenta. A quem a olha exclama: "Dêem os vossos trocos à flautista, que alegra a rua e alegra a vista." E o som da flauta corre contra mim e empurra-me para o meu passado sem tempo. Lembro o que foi e o que deixou de ser, o que viveu e o que morreu. A rapariga continua na sua beleza triste a tocar: "Só, incessante, um som de flauta chora,/ Viúva, grácil, na escuridão tranquila,/ - Perdida voz que de entre as mais se exila,/ - Festões de som dissimulando a hora" (Camilo Pessanha).
E no céu, que já é outro, a lua abre sobre nós a sua luz deserta.
Assim vai o mundo...
Intervalo
Quando quero sentir mais leve o peso que, em mim, de mim me pesa, ando pelas ruas da cidade velha porque sei que a tristeza delas é ainda maior que a tristeza minha. Vou andando, ora devagar ora depressa, e, ao olhar o que passa ou o que fica, é de mim que parto mais pesado e é a mim que chego mais leve. Vou andando, com uma imobilidade que se desloca, e vejo e oiço e sinto e penso, assim os animais olham, ouvem, sentem e pensam, excepto naquela parte deles que não existe para o saber.
Ando sob a luz que se vira para dentro e por isso escurece. Ando e sei que ter destino é um erro que não se corrige. Por isso, nos meus passos há todas as certezas que se mudam noutras tão incertas como essas. Ando naquele intervalo entre o que sou ao não ser e o que não sou ao ser. Ando e sei que aqueles que passam e se distraem da sua distracção olhando-me vêem um homem de meia-idade que parece um pouco mais novo do que é, com um andar que procura o seu ritmo e a sua atenção, uma cara que se ausenta do seu sorriso para estar mais de acordo com o anoitecer, um cabelo que começa a não ser só escuro e que cede na sua continuidade. Esses vêem-me sem me conhecer e assim ficam perto de mim, que também não me conheço, nem sequer me vejo passar, senão em imagens de um eu que não sou. Vêem-me, e eu sei que o ver não lhes diz o que vêem. Por isso lhes agrado ou lhes desagrado por razões que são mais deles do que minhas. Ando sob a claridade que começa a ser escuridão e, enquanto as luzes não se acendem, há um hiato entre tudo e o seu contrário, inversão de sinais, reverso de sentidos.
Ando e oiço o que falam os que falam sozinhos ou acompanhados. Oiço as suas palavras inúteis, gastas e repetitivas. Oiço os que dizem apenas o que já ouviram, cópias de um original que nunca foi deles. Oiço os medíocres que dizem a mediocridade dos outros para negarem a sua. Oiço os infelizes que choram a felicidade alheia por saberem que nunca será própria.
Oiço a voz deste tempo que é feita de exclamações baixas, gritos calmos, desesperos mansos, angústias medidas, suicídios mudos. Oiço as vozes que se negam na raiz e que se desmentem no auge. Oiço falar de desemprego, de falência, de ruína, de medo. E fico exposto à interrogação que me pergunta: como é possível não haver nisto o tempo de uma rebelião? Oiço falar de um homem negro que está num gabinete oval e sei que a esperança é uma flor que abre num caule frágil ao vento. Falam dele como de um feiticeiro, de um curandeiro, de um xamã. Falam dele como se fosse um próximo, um parente, um amigo.
Subitamente, passa um gato, e eu olho o seu olhar agudo. Há mais verdade nesse olhar do que no meu, fatigado dela. Há mais alegria nesse olhar do que no nosso, desapossado dela. O gato pára, e a sua hesitação aproxima-o de mim. Depois, corre e desaparece numa esquina esquecida. Nunca mais o verei: morre no meu olhar, mas deixa nele o seu fantasma. Agora, passa uma mulher vestida com roupas velhas que são a única coisa que possui. Anda ao lixo e, da sua boca sem dentes, saem palavras que se ouvem como se fossem a faca que corta ao meio as que o nosso pensamento soletra: "Não há direito, uns com tanto e outros com nada. Ando aqui porque Deus é um cego a quem ninguém dá esmola!"
À porta da igreja fechada, uma rapariga toca flauta no cimo das escadas, e o seu amigo não se importa de a ceder um pouco para ganhar a recompensa que os sustenta. A quem a olha exclama: "Dêem os vossos trocos à flautista, que alegra a rua e alegra a vista." E o som da flauta corre contra mim e empurra-me para o meu passado sem tempo. Lembro o que foi e o que deixou de ser, o que viveu e o que morreu. A rapariga continua na sua beleza triste a tocar: "Só, incessante, um som de flauta chora,/ Viúva, grácil, na escuridão tranquila,/ - Perdida voz que de entre as mais se exila,/ - Festões de som dissimulando a hora" (Camilo Pessanha).
E no céu, que já é outro, a lua abre sobre nós a sua luz deserta.
Assim vai o mundo...
O mundo das revistas...
Na Ler de Janeiro, temos uma magnífica entrevista de Carlos Vaz Marques a V.S. Naipaul e uma reportagem sobre Agustina Bessa-Luis. Nunca li nada dela. Talvez porque tenha uma certa reverência pela Amarantina. Depois de ler sobre esta grande senhora, posso agora ler as suas obras com todo o respeito que ela me merece...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
O mundo do desporto...
Os EUA pararam ontem à noite por causa do Superbowl, a final do campeonato de futebol americano. 100 milhões de pessoas assistiram. Não sendo adepto de nenhuma das esquipas, apreciei o jogo e sobretudo o espectaculo de intervalo de Bruce Springsteen.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo do ténis...
Federer é um dos melhores tenistas de sempre! Nadal é provavelmente o melhor tenista da actualidade. Uma final do Australian Open épica e uma entrega de prémios muito emotiva...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
domingo, fevereiro 01, 2009
O mundo do teatro...
Fiquei com curiosidade depois de ler a reportagem da Raquel Carrilho na Tabu de ontem, sobre a peça Caveman protagonizado por Jorge Mourato. Verei no Rivoli...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, janeiro 30, 2009
O mundo da música...
Grande música do senhor Ben Harper...
Amen Omen
What started as a whisper
Slowly turned into a scream
Searching for an answer
Where the question is unseen
I dont know where you came from
And I dont know where youve gone
Old friends become old strangers
Between the darkness and the dawn
Amen omen
Will I see your face again
Amen omen
Can I find the place within
To live my life without you
I still hear you saying
All of life is a chance
And is sweetest
When at a glance
But I live a hundred
Lifetimes in a day
But I die a little
In every breath that I take
Amen omen
Will I see your face again
Amen omen
Can I find the place within
To live my life without you
I listen to a whisper
Slowly drift away
Silence is the loudest
Parting word you never say
I put your world
Into my veins
Now a voiceless sympathy
Is all that remains
Amen omen
Will I see your face again
Amen omen
Can I find the place within
To live my life without you
ah, e já agora esta...
Assim vai o mundo...
Amen Omen
What started as a whisper
Slowly turned into a scream
Searching for an answer
Where the question is unseen
I dont know where you came from
And I dont know where youve gone
Old friends become old strangers
Between the darkness and the dawn
Amen omen
Will I see your face again
Amen omen
Can I find the place within
To live my life without you
I still hear you saying
All of life is a chance
And is sweetest
When at a glance
But I live a hundred
Lifetimes in a day
But I die a little
In every breath that I take
Amen omen
Will I see your face again
Amen omen
Can I find the place within
To live my life without you
I listen to a whisper
Slowly drift away
Silence is the loudest
Parting word you never say
I put your world
Into my veins
Now a voiceless sympathy
Is all that remains
Amen omen
Will I see your face again
Amen omen
Can I find the place within
To live my life without you
ah, e já agora esta...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, janeiro 29, 2009
terça-feira, janeiro 27, 2009
O mundo da fotografia...
Mais uma fotografia fabulosa tirada daqui...

A figure from Antony Gormley's "Another Place" welcomes one of the Tall Ships to Merseyside as it sails past the Burbo Bank windfarm on the approach to the Port of Liverpool on July 18, 2008, Liverpool, England. (Christopher Furlong/Getty Images)
Assim vai o mundo...

A figure from Antony Gormley's "Another Place" welcomes one of the Tall Ships to Merseyside as it sails past the Burbo Bank windfarm on the approach to the Port of Liverpool on July 18, 2008, Liverpool, England. (Christopher Furlong/Getty Images)
Assim vai o mundo...
segunda-feira, janeiro 26, 2009
O mundo da música...
Um grande amigo mostrou-me Pitingo... Que fusão maravilhosa do soul com o flamenco...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sábado, janeiro 24, 2009
O mundo da TV...
Não consigo entender porque é que tanta gente se insurge contra este programa. Isto é Portugal! Escondê-lo não o vai mudar...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, janeiro 23, 2009
O mundo dos jornais...
Não conhecia Isabel da Nóbrega! Confesso a minha ignorância... Mas com que prazer fui descobrindo esta bela personagem da nossa literatura. Uma Senhora! Com S dos grandes. Conta a Ana Cristina Câmara e Vladimiro Nunes (na Tabu de Sábado) pormenores deliciosas da sua vida e da vida literária portuguesa dos últimos 50 anos. A mulher que descobriu Saramago e que abraçou Henry Miller. A descobrir naquela que diz a sua última grande pergunta...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo da comunicação...
A propósito da bela reportagem da Raquel Carrilho sobre Nuno Jonet (comentador oficial dos maiores campeonatos de surf do mundo), lembrei-me de Jorge Perestrelo... Que saudades de o ouvir! Aquela africanidade e alegria na voz...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, janeiro 22, 2009
O mundo do cinema...
Já sairam os nomeados para os Oscars...
Melhor Filme
Frost/Nixon
O Curioso Caso de Benjamin Button
O Leitor
Milk - A Voz da Igualdade
Quem quer ser um Milionário?
Melhor Actor
Brad Pitt ( O Curioso Caso de Benjamin Button )
Sean Penn ( Milk - A Voz da Igualdade )
Frank Langella ( Frost/Nixon )
Mickey Rourke (O Lutador)
Richard Jenkins (The Visitor)
Melhor Actriz
Meryl Streep (Dúvida)
Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Kate Winslet ( O Leitor )
Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Frozen River)
Melhor Actor Secundário
Josh Brolin ( Milk - A Voz da Igualdade )
Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
Michael Shannon ( Foi Apenas um Sonho )
Heath Ledger ( Batman - O Cavaleiro das Trevas )
Melhor Actriz Secundária
Amy Adams (Dúvida)
Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Marisa Tomei (O Lutador)
Melhor Realizador
O Leitor , Stephen Daldry
O Curioso Caso de Benjamin Button , David Fincher
Quem Quer Ser Um Milionário?, Danny Boyle
Milk - A Voz da Igualdade , Gus Van Sant
Frost/Nixon, Ron Howard
Melhor Filme Estrangeiro
Valsa com Bashir
The Baader-Meinhof Complex
Entre Les Murs
Departures
Revanche
Melhor Filme de Animação
Kung Fu Panda
Wall-E
Bolt - Supercão
Melhor Argumento Adaptado
Dúvida
Quem Quer Ser Um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
O Leitor
Melhor Argumento Original
Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Na Mira do Chefe
Simplesmente Feliz
Rio Congelado
Assim vai o mundo...
Melhor Filme
Frost/Nixon
O Curioso Caso de Benjamin Button
O Leitor
Milk - A Voz da Igualdade
Quem quer ser um Milionário?
Melhor Actor
Brad Pitt ( O Curioso Caso de Benjamin Button )
Sean Penn ( Milk - A Voz da Igualdade )
Frank Langella ( Frost/Nixon )
Mickey Rourke (O Lutador)
Richard Jenkins (The Visitor)
Melhor Actriz
Meryl Streep (Dúvida)
Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Kate Winslet ( O Leitor )
Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Frozen River)
Melhor Actor Secundário
Josh Brolin ( Milk - A Voz da Igualdade )
Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
Michael Shannon ( Foi Apenas um Sonho )
Heath Ledger ( Batman - O Cavaleiro das Trevas )
Melhor Actriz Secundária
Amy Adams (Dúvida)
Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Marisa Tomei (O Lutador)
Melhor Realizador
O Leitor , Stephen Daldry
O Curioso Caso de Benjamin Button , David Fincher
Quem Quer Ser Um Milionário?, Danny Boyle
Milk - A Voz da Igualdade , Gus Van Sant
Frost/Nixon, Ron Howard
Melhor Filme Estrangeiro
Valsa com Bashir
The Baader-Meinhof Complex
Entre Les Murs
Departures
Revanche
Melhor Filme de Animação
Kung Fu Panda
Wall-E
Bolt - Supercão
Melhor Argumento Adaptado
Dúvida
Quem Quer Ser Um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
O Leitor
Melhor Argumento Original
Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Na Mira do Chefe
Simplesmente Feliz
Rio Congelado
Assim vai o mundo...
O mundo das crónicas...
José Manuel dos Santos sobre o frio...
Com tanto frio que tem havido, do céu desceu a neve sobre um país que quase a desconhece, gerando atribulação e alegria. Semear na neve os nossos passos é selar um acordo com o tempo, que tudo leva e desfaz na sua mudança invencível. Mas quem vê, pela primeira vez, aquele branco lunar sobre a terra recorda todos os sonhos e todas as imaginações que dela fez sem nunca a ter visto. E lembra a escrita que sobre a neve caiu ao longo dos séculos, como se fosse o seu único rasto que não se desvanece. Há poucas palavras tão leves como esta e raras existem também que, como ela, façam à sua volta um silêncio tão puro e intacto.
Diz-se "neve" e ficamos a olhar para ela e para o seu clarão - ou para a sua ausência, vendo-a como se estivesse presente. Ao dar o título "Snow" (Neve) a um dos seus livros, Orhan Pamuk teve a certeza de que assim garantia haver mãos a abri-lo nas livrarias para saberem que outras palavras nele se juntam àquela palavra facial e branca. E a 'Balada da Neve', de um Augusto Gil que viveu na Guarda, foi uma das músicas da infância de muitos de nós. Aquele início ("Batem leve, levemente") que vai até àquele final ("Cai neve na Natureza/ e cai no meu coração") ainda hoje nos faz correr ao encontro do que fomos. Em Lisboa, a neve ameaçou, mas não veio, fazendo dela, mais uma vez, a cidade em que tudo quase acontece sem acontecer.
O frio é a altivez do tempo. Muitas vezes, é mesmo a sua insolência. Nestes dias de frio, em que se espera dele apenas desistência, fuga ou fim para que a vida possa continuar, sentimos a humilhação de nos submetermos ao gume da sua espada, como acontece em certos quadros de Caravaggio. Ou, então, vamos a correr, tremendo, arrepiados, para junto do fogo, ou do calor que o substitui sem chama nem fulgor.
O frio cresceu e fez vítimas. Do calor, que também é mau no seu cume, nenhum evangelho nos defende. É da fome, da sede, do frio e do pecado que todos nos querem defender, como se fossem excessos sem simetria. Mas no frio há uma dureza que também é uma pureza primordial. Andamos na rua e o fumo da nossa respiração lembra-nos que somos animais lançados numa natureza que esquecemos e nos persegue.
Para os grandes românticos, não há noite sem frio. Uma e outro dão ao homem um abrigo, que sem a esperança da morte é um lugar sem lugar. Penso que Luís da Baviera, quando se encontrava com a prima Elisabeth da Áustria sob o frio azul e aéreo de que Visconti fez a atmosfera do seu filme, sentia que nada valia mais do que um tremor de alma no corpo, a suportar as palavras gentis e alucinadas que diziam um ao outro. Por isso, gostavam tanto de citar Heinrich Heine e os seus versos acesos sobre o frio escuro. Eu vi uma vez, cercadas de nevoeiro e de gelo, as esculturas de Rui Chafes no Monte da Lua, em Sintra: citei Novalis e olhei todos os fantasmas que enchem a Terra de uma população que nenhuma estatística conta e nenhum governo governa.
Depois de ver o frio, escutei o seu som: alto, agudo, contínuo e cruel como uma dor de dentes. Nestes dias gelados, fui ouvir um concerto de órgão e canto a uma igreja e o frio que subia das lajes do chão encontrava a voz dos cantores e fundia-se nela, desfazendo-a e desfazendo-se.
Cesário Verde, no poema 'Cristalizações', fez seu o corpo físico, quotidiano e laboral do frio: "Faz frio. Mas, depois duns dias de aguaceiros,/ Vibra uma imensa claridade crua./ De cócoras, em linha, os calceteiros,/ Com lentidão, terrosos e grosseiros,/ Calçam de lado a lado a longa rua./ Como as elevações secaram do relento/ E o descoberto sol abafa e cria!/ A frialdade exige o movimento;/ E as poças de água, como em chão vidrento,/ Reflectem a molhada casaria." Stendhal tornou o frio a vera efígie do calor, ao achar na cristalização dos ramos nus das árvores a imagem do amor, dizendo que também ele cristaliza aquilo que o gera, através de "uma operação do espírito que tira de tudo o que se apresenta a descoberta de que o objecto amado tem novas perfeições".
Faz frio e os velhos têm medo de morrer. Com o frio que faz, as nossas mãos ficam ainda mais atadas aos seus gestos. Talvez seja por ter visto isso que o cinema gosta tanto de mãos que são sombras presas a uma luz ameaçada. (in Expresso)
Assim vai o mundo...
Com tanto frio que tem havido, do céu desceu a neve sobre um país que quase a desconhece, gerando atribulação e alegria. Semear na neve os nossos passos é selar um acordo com o tempo, que tudo leva e desfaz na sua mudança invencível. Mas quem vê, pela primeira vez, aquele branco lunar sobre a terra recorda todos os sonhos e todas as imaginações que dela fez sem nunca a ter visto. E lembra a escrita que sobre a neve caiu ao longo dos séculos, como se fosse o seu único rasto que não se desvanece. Há poucas palavras tão leves como esta e raras existem também que, como ela, façam à sua volta um silêncio tão puro e intacto.
Diz-se "neve" e ficamos a olhar para ela e para o seu clarão - ou para a sua ausência, vendo-a como se estivesse presente. Ao dar o título "Snow" (Neve) a um dos seus livros, Orhan Pamuk teve a certeza de que assim garantia haver mãos a abri-lo nas livrarias para saberem que outras palavras nele se juntam àquela palavra facial e branca. E a 'Balada da Neve', de um Augusto Gil que viveu na Guarda, foi uma das músicas da infância de muitos de nós. Aquele início ("Batem leve, levemente") que vai até àquele final ("Cai neve na Natureza/ e cai no meu coração") ainda hoje nos faz correr ao encontro do que fomos. Em Lisboa, a neve ameaçou, mas não veio, fazendo dela, mais uma vez, a cidade em que tudo quase acontece sem acontecer.
O frio é a altivez do tempo. Muitas vezes, é mesmo a sua insolência. Nestes dias de frio, em que se espera dele apenas desistência, fuga ou fim para que a vida possa continuar, sentimos a humilhação de nos submetermos ao gume da sua espada, como acontece em certos quadros de Caravaggio. Ou, então, vamos a correr, tremendo, arrepiados, para junto do fogo, ou do calor que o substitui sem chama nem fulgor.
O frio cresceu e fez vítimas. Do calor, que também é mau no seu cume, nenhum evangelho nos defende. É da fome, da sede, do frio e do pecado que todos nos querem defender, como se fossem excessos sem simetria. Mas no frio há uma dureza que também é uma pureza primordial. Andamos na rua e o fumo da nossa respiração lembra-nos que somos animais lançados numa natureza que esquecemos e nos persegue.
Para os grandes românticos, não há noite sem frio. Uma e outro dão ao homem um abrigo, que sem a esperança da morte é um lugar sem lugar. Penso que Luís da Baviera, quando se encontrava com a prima Elisabeth da Áustria sob o frio azul e aéreo de que Visconti fez a atmosfera do seu filme, sentia que nada valia mais do que um tremor de alma no corpo, a suportar as palavras gentis e alucinadas que diziam um ao outro. Por isso, gostavam tanto de citar Heinrich Heine e os seus versos acesos sobre o frio escuro. Eu vi uma vez, cercadas de nevoeiro e de gelo, as esculturas de Rui Chafes no Monte da Lua, em Sintra: citei Novalis e olhei todos os fantasmas que enchem a Terra de uma população que nenhuma estatística conta e nenhum governo governa.
Depois de ver o frio, escutei o seu som: alto, agudo, contínuo e cruel como uma dor de dentes. Nestes dias gelados, fui ouvir um concerto de órgão e canto a uma igreja e o frio que subia das lajes do chão encontrava a voz dos cantores e fundia-se nela, desfazendo-a e desfazendo-se.
Cesário Verde, no poema 'Cristalizações', fez seu o corpo físico, quotidiano e laboral do frio: "Faz frio. Mas, depois duns dias de aguaceiros,/ Vibra uma imensa claridade crua./ De cócoras, em linha, os calceteiros,/ Com lentidão, terrosos e grosseiros,/ Calçam de lado a lado a longa rua./ Como as elevações secaram do relento/ E o descoberto sol abafa e cria!/ A frialdade exige o movimento;/ E as poças de água, como em chão vidrento,/ Reflectem a molhada casaria." Stendhal tornou o frio a vera efígie do calor, ao achar na cristalização dos ramos nus das árvores a imagem do amor, dizendo que também ele cristaliza aquilo que o gera, através de "uma operação do espírito que tira de tudo o que se apresenta a descoberta de que o objecto amado tem novas perfeições".
Faz frio e os velhos têm medo de morrer. Com o frio que faz, as nossas mãos ficam ainda mais atadas aos seus gestos. Talvez seja por ter visto isso que o cinema gosta tanto de mãos que são sombras presas a uma luz ameaçada. (in Expresso)
Assim vai o mundo...
quarta-feira, janeiro 21, 2009
O mundo dos blogs...
Soube através do meu compay Jorge que morreu João Aguardela! Tinha apenas 39 anos e deixa a música portuguesa mais pobre...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
terça-feira, janeiro 20, 2009
O mundo do humor...
Não resisto a postar esta anedota...
O génio surdo
Um sujeito entra num bar e diz para o barman:
- Eu queria que o senhor me pagasse uma bebida!
O barman, muito admirado, responde que não. Diz que o bar dele não é a Santa Casa de Misericórdia.
- Ah! Eu tenho aqui uma coisa impressionante e, se eu lhe mostrar, você vai-me pagar uma bebida!
O barman, intrigado, pede que ele mostre. Então o cliente tira do casaco um baralho de cartas, com cerca de 30 cm de tamanho. O barman fica perplexo e, como nunca tinha visto um jogo de Cartas tão grande, resolve pagar uma bebida ao homem. Alguns jogos e copos depois, o barman resolve perguntar ao homem onde é que ele tinha arranjado tão estranho baralho.
- É que encontrei um geniozinho que concede desejos!
O barman, todo empolgado, pede logo ao homem que lhe mostre o geniozinho, para pedir alguma coisa. O homem dá uma lâmpada ao barman, que a esfrega, e, realmente, aparece o tal génio, dizendo o seguinte:
- Vou conceder-te um único desejo, mas rápido, que eu quero voltar a dormir!
O barman então, sem pensar muito, pede a primeira coisa que lhe vem à cabeça:
- Quero um milhão! Um milhão em notas!
O geniozinho estala os dedos e, de repente, o bar fica entulhado de botas.
- Botas??? Eu pedi um milhão em notas e não em botas!
E, virando-se para o homem:
- Esse génio é um bocado surdo, não acha??
O homem responde:
- Claro!! Ou você acredita que alguma vez eu pedi um baralho de 30 cm???
Assim vai o mundo...
O génio surdo
Um sujeito entra num bar e diz para o barman:
- Eu queria que o senhor me pagasse uma bebida!
O barman, muito admirado, responde que não. Diz que o bar dele não é a Santa Casa de Misericórdia.
- Ah! Eu tenho aqui uma coisa impressionante e, se eu lhe mostrar, você vai-me pagar uma bebida!
O barman, intrigado, pede que ele mostre. Então o cliente tira do casaco um baralho de cartas, com cerca de 30 cm de tamanho. O barman fica perplexo e, como nunca tinha visto um jogo de Cartas tão grande, resolve pagar uma bebida ao homem. Alguns jogos e copos depois, o barman resolve perguntar ao homem onde é que ele tinha arranjado tão estranho baralho.
- É que encontrei um geniozinho que concede desejos!
O barman, todo empolgado, pede logo ao homem que lhe mostre o geniozinho, para pedir alguma coisa. O homem dá uma lâmpada ao barman, que a esfrega, e, realmente, aparece o tal génio, dizendo o seguinte:
- Vou conceder-te um único desejo, mas rápido, que eu quero voltar a dormir!
O barman então, sem pensar muito, pede a primeira coisa que lhe vem à cabeça:
- Quero um milhão! Um milhão em notas!
O geniozinho estala os dedos e, de repente, o bar fica entulhado de botas.
- Botas??? Eu pedi um milhão em notas e não em botas!
E, virando-se para o homem:
- Esse génio é um bocado surdo, não acha??
O homem responde:
- Claro!! Ou você acredita que alguma vez eu pedi um baralho de 30 cm???
Assim vai o mundo...
O mundo do cinema...
Aqui elogiei "Os imortais", "Coisa Ruim", "Call Girl"! Procuro ver cinema português para não ser mais um que critica sem saber. Mas não posso dizer muito bem d' "O contrato". Vi-o ontem e estava à espera de algo mais. Baseado numa obra de Dinis Machado, realização de Nicolau Breyner e bons actores, estava à espera de algo mais. Mas nem argumento nem interpretações me convenceram. Não gosto muito de falar mal por isso deixo-vos o vídeo promocional.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, janeiro 19, 2009
O mundo da música...
No post de ontem, ficou a impressão que só em Portugal se faz música de gosto duvidoso. Eu adoro o Brasil e a música brasileira, mas há excepções...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
domingo, janeiro 18, 2009
O mundo da música...
Eu costumo deixar aqui algumas músicas que considero de bom gosto e qualidade. Hoje decidi deixar uma que pouco tem das duas.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, janeiro 16, 2009
O mundo americano II..
As pessoas falam do facto de ontem não terem existido vítimas na amaragem do avião da US Airways no rio Hudson como um milagre. Eu chamo-lhe competência.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo americano...
Eu até dizia que Bush vai deixar saudades, mas não é como Presidente dos EUA.
Assim vai o mundo...
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quinta-feira, janeiro 15, 2009
O mundo da música...
Este menino, Ricardo Ribeiro, vai ser um dos grandes... Sente-se...
Assim vai o mundo...
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quarta-feira, janeiro 14, 2009
O mundo do trabalho...
Parece-me um emprego complicado e chato, mas o salário é razóavel...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo da TV...
Um dos meus vícios televisivos é o Guarda-livros da RTP, apresentado pelo meu caríssimo homónimo Francisco José Viegas. Com o seu gosto por livros, ele visita as bibliotecas pessoais de ilustres conhecidos (Mário Cláudio, Miguel Veiga, António Pedro Vasconcelos, e tantos outros) para melhor conhecer as suas escolhas pessoais e as memórias dos livros. Não perco um...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
terça-feira, janeiro 13, 2009
O mundo das fotos...

A Catholic woman lights a candle at the St. Esprit Church during the Christmas mass at midnight, in Harbiye, downtown Istanbul, Turkey on December 24, 2008. (MUSTAFA OZER/AFP/Getty Images)
Uma bela foto daqui para emoldurar este texto fantástico de José Manuel dos Santos! Porra, que o homem escreve mesmo bem...
Tristeza
Sobre a sua vida, chovia como na rua: uma chuva contínua e deserta. Desde que nasceu, só não lhe foi tirado o que a fazia sofrer. Tudo o resto lhe era negado. E mesmo aquilo que parecia ser a seu favor apenas existia para que depois pudesse sentir mais fatalmente a sua falta.
Casara com um homem que lhe dava silêncios e insultos. Um dia, logo após o nascimento do filho, o marido adoeceu de um mal longo, e ela, tanto como ele, submeteu-se à doença, cuidando-o. Passava o dia e a noite a ouvi-lo clamar o seu nome, juntando-lhe, inalteradas, as injúrias que sempre lhe fizera, tornadas, pelo tom desesperado em que eram ditas, ainda mais cruéis, ainda mais vis. Esteve anos atada àquele grito constante e ao papel que, na doença, se atribui à mulher. Dividida entre a raiva ao marido que a maltratava e a compaixão pelo homem que sofria, a morte dele foi-lhe uma ressurreição.
Mas durou pouco tempo o alívio nessa vida recomeçada. O filho começou a percorrer as estações por onde passa o comboio alucinado da droga ("Estou agarrado", dizia). Abandonou a escola, roubou, prenderam-no, soltaram-no, voltou a roubar, voltou a ser preso, voltou a ser solto, adoeceu, curou-se, voltou a drogar-se, voltou a roubar, voltou a ser preso, voltou a ser solto. Uma vez, pediu dinheiro à mãe. Na vez seguinte, exigiu-lho. Quando já não tinha mais para lhe dar, levou o que havia em casa para vender. Ela ainda conseguiu dinheiro para ele tentar uma cura. Tentou, voltou à droga, tentou outra cura, tornou a voltar à droga. Então, a mãe adoeceu gravemente e foi para o hospital. A casa passou a ser o lugar onde o filho se encontrava com os outros, num Casal Ventoso privativo. Ela melhorou e, ao regressar, encontrou-a devassada, devastada: houvera o princípio de um incêndio e o início de uma inundação. Reparou o que pôde e ali ansiou pela cura do filho, dividida entre o amor ao que ele fora e o ódio ao que ele era. Um dia, vieram dizer-lhe que estava a morrer. Correu ao seu encontro e voltou a pô-lo no regaço, repetindo, sem nunca a ter visto, aquela terrível aceitação da morte que Miguel Ângelo arrancou ao mármore para tornar serena a sua Pietà.
Mais só ainda, a mulher fechou-se no luto. Tornou-se silenciosa, recusando conversas com as vizinhas sobre os acontecimentos da sua vida aflita. Não deixava que a dor fosse tocada por quem a não tinha à mesma altura que ela. Recusava ser a notícia de abertura do telejornal de bolso da rua. Isso enraivecia as vizinhas (diziam: "Não tem sorte quem não a merece!"), fazia que a odiassem (acrescentavam: "Até dá azar vê-la!"). Rodeada de aversão e de desconfiança, ficou ainda mais abandonada, mais recuada, mais alheia. Vestida de preto, quando raramente saía, ia colada à parede, com os olhos no chão. Mas não havia medo ou rancor na sua face: apenas uma resignação próxima da serenidade.
Essa serenidade era a periferia do seu centro de tristeza. Atormentada pelo mundo, uniu-se a si mesma contra ele. Nessa aliança consigo, não havia divisão, fuga, fenda ou ruptura. Apenas defesa, resistência, soberania. E identidade: inteira, íntegra e intacta, fez da tristeza a sua coroa e o seu trono, a janela para olhar o dia, a lança para vencer a noite. Habituada à fatalidade do mal, a esperança tornou-se-lhe um mal maior: insuportável e ofensiva. Esmagou-a com o pé que esmaga uma víbora. Tudo o que faz da vida o que habitualmente é - a felicidade nas pequenas coisas e a esperança nas grandes - falava-lhe numa língua estrangeira, indecifrável. A única língua que compreendia era a que dizia a tristeza, com as suas palavras extintas e duras. Era a esse sol apagado que ela se aquecia.
A tristeza tornou-se-lhe uma procura, uma exactidão, uma firmeza. Sobre ela, reconstruiu a alma, com ela alimentou o corpo, por ela não se deixou morrer. Ela foi a fortaleza que a protegeu de tudo: do sofrimento, da humilhação, do desespero, da solidão. Tornou-se-lhe um novo sangue, que lhe percorria as veias a uma velocidade muda. Abriu-lhe um caminho e trouxe-lhe a única esperança que não a envergonhava. Deu-lhe o que ela nunca tivera: um Eu e a sua posse.
Era na tristeza que recordava o marido e o filho, lançando-os de novo contra si. Com ela, resistia aos olhares que a desprezavam. Nela, achou o arco para a sua seta. E encontrou libertação, vingança, justiça e salvação, fazendo-as coincidir. Tornou-a um filtro mágico, um relógio que não se atrasa, um acordo com o mundo. Olhou para a tristeza e viu nela o lenço de Verónica do seu rosto. E foi como se lhe desse um nome de alegria.
Assim vai o mundo...
segunda-feira, janeiro 12, 2009
O mundo dos prémios...
Ontem foi madrugada dos Globos de Ouro! Pela primeira vez acompanhei a cerimónia. É muito mais informal e divertida que os Óscars. Os grandes vencedores foram a emocionada Kate Winslet, o regressado Mickey Rourke, o surpreendente filme Slumdog Millionaire e é claro o saudoso Heath Ledger. Aqui fica a lista completa dos prémios:
Cinema
Melhor Filme (Drama) - Slumdog Millionaire
Melhor Actriz (Drama) - Kate Winslet, em Revolutionary Road
Melhor Actor (Drama) - Mickey Rourke, em The Wrestler
Melhor Musical ou Comédia - Vicky Cristina Barcelona
Melhor Actriz (Comédia ou Musical) - Sally Hawkins, em Happy-Go-Lucky
Melhor Actor (Comédia ou Musical) - Colin Farrell, em In Bruges
Melhor Filme de Animação - Wall-E
Melhor Filme Estrangeiro - Waltz with Bashir (Israel)
Melhor Actriz Secundária - Kate Winslet, em The Reader
Melhor Actor Secundário - Heath Ledger, em Batman - O Cavaleiro das Trevas
Melhor Director - Danny Boyle, em Slumdog Millionaire
Melhor Argumento - Simon Beaufoy, em Slumdog Millionaire
Melhor Canção - The Wrestler
Melhor Banda Sonora - AR Rahman, por Slumdog Millionaire
Televisão
Melhor Série Dramática - Mad Man
Melhor Actriz (Drama) - Anna Paquin, em True Blood
Melhor Actor (Drama) - Gabriel Byrne, em In Treatment
Melhor Série Musical ou Comédia - 30 Rock
Melhor Actriz (Musical ou Comédia) - Tina Fey 30 Rock
Melhor Actor (Musical ou Comédia) - Alec Baldwin, em 30 Rock
Melhor Mini-Série - John Adams
Melhor Actriz em Mini-Série - Laura Linney, em John Adams
Melhor Actor em Mini-Série - Paul Giamatti, em John Adams
Melhor Actriz Secundária de Série, Mini-Série ou Filme de TV - Laura Dern, em Recount
Melhor Actor Secundário de Série, Mini-Série ou Filme de TV - Tom Wilkinson, em John Adams
Assim vai o mundo...
Cinema
Melhor Filme (Drama) - Slumdog Millionaire
Melhor Actriz (Drama) - Kate Winslet, em Revolutionary Road
Melhor Actor (Drama) - Mickey Rourke, em The Wrestler
Melhor Musical ou Comédia - Vicky Cristina Barcelona
Melhor Actriz (Comédia ou Musical) - Sally Hawkins, em Happy-Go-Lucky
Melhor Actor (Comédia ou Musical) - Colin Farrell, em In Bruges
Melhor Filme de Animação - Wall-E
Melhor Filme Estrangeiro - Waltz with Bashir (Israel)
Melhor Actriz Secundária - Kate Winslet, em The Reader
Melhor Actor Secundário - Heath Ledger, em Batman - O Cavaleiro das Trevas
Melhor Director - Danny Boyle, em Slumdog Millionaire
Melhor Argumento - Simon Beaufoy, em Slumdog Millionaire
Melhor Canção - The Wrestler
Melhor Banda Sonora - AR Rahman, por Slumdog Millionaire
Televisão
Melhor Série Dramática - Mad Man
Melhor Actriz (Drama) - Anna Paquin, em True Blood
Melhor Actor (Drama) - Gabriel Byrne, em In Treatment
Melhor Série Musical ou Comédia - 30 Rock
Melhor Actriz (Musical ou Comédia) - Tina Fey 30 Rock
Melhor Actor (Musical ou Comédia) - Alec Baldwin, em 30 Rock
Melhor Mini-Série - John Adams
Melhor Actriz em Mini-Série - Laura Linney, em John Adams
Melhor Actor em Mini-Série - Paul Giamatti, em John Adams
Melhor Actriz Secundária de Série, Mini-Série ou Filme de TV - Laura Dern, em Recount
Melhor Actor Secundário de Série, Mini-Série ou Filme de TV - Tom Wilkinson, em John Adams
Assim vai o mundo...
sábado, janeiro 10, 2009
O mundo da música...
Muito se falou da Ana Free. E bem! Mas agora é tempo da sua companheira de diatribes: Mia Rose. Deixo primeiro o video das duas e depois a solo. Ainda por cima são giras!!
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, janeiro 08, 2009
O mundo da fotografia
Retirado de um dos melhores sites de fotografia...

An explosion is seen as missiles fired from an Israeli aircraft fall towards a target in the northern Gaza Strip, as seen from the Israeli side of the border, Thursday, Jan. 1, 2009. (AP Photo/Gil Nechushtan)
Assim vai o mundo...

An explosion is seen as missiles fired from an Israeli aircraft fall towards a target in the northern Gaza Strip, as seen from the Israeli side of the border, Thursday, Jan. 1, 2009. (AP Photo/Gil Nechushtan)
Assim vai o mundo...
terça-feira, janeiro 06, 2009
O mundo dos estudos...
Na véspera do último Natal, morreu Samuel Hungtinton. Autor de referência do curso de Relações Internacionais, a sua obra "Choque das Civilizações" antecipou que as novas guerras deste século se dariam com base nas religiões... Nem sempre consensual, mas sempre um estudioso das relações internacionais! Só não lhe perdoo o apoio a Bush e à Guerra no Iraque...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, janeiro 05, 2009
O mundo da música...
Um hino à vida... É bem preciso no início deste ano muito pessimista...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, janeiro 01, 2009
O mundo da TV..
Estou a ver agora o programa dos Gato Fedorento de ontem. Não sei quais foram as audiências, mas eu prefiro um programa assim do que programas como a TVI e RTP1. Gosto muito de pessoas a cantar, mas prefiro o humor. Habituei-me aos programas do Herman que faziam com que entrar no novo ano fosse mesmo uma diversão...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, dezembro 31, 2008
O Mundo deseja..
Mais um ano que acaba e mais um que começa... Desejo uma óptima passagem de ano e um ano de 2009 fantástico!!
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, dezembro 29, 2008
sábado, dezembro 27, 2008
O mundo dos Fados...
Comprei a edição especial do filme Fados. Delicioso! Já disse que por um lado é pena que seja um estrangeiro a realizar um filme sobre a nossa expressão musical maior, mas é Carlos Saura. O mestre, com os 75 anos de vida, trouxe um distanciamento que um português não teria. E quem ganha somos nós. As várias influências e diversidades do fado estão bem expressas no título Fados e bem descritas ao longo das suas magníficas interpretações.
Esta edição traz um belo livro com fotos, biografias e as letras dos diversos fados. O disco extra traz a apresentação do filme no Festival de San Sebastian e uma fabulosa tertúlia sobre fado com vários dos nomes maiores que entram no filme. Temos tanto a aprender sobre o Fado. E este é um belo documento para isso...
Assim vai o mundo...
Esta edição traz um belo livro com fotos, biografias e as letras dos diversos fados. O disco extra traz a apresentação do filme no Festival de San Sebastian e uma fabulosa tertúlia sobre fado com vários dos nomes maiores que entram no filme. Temos tanto a aprender sobre o Fado. E este é um belo documento para isso...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, dezembro 26, 2008
O mundo das letras...
Na LER deste mês, uma entrevista de José Mário Silva ao meu mestre Sepúlveda. A propósito do último livro ("A Lâmpada de Aladino"), mas razão para se divagar por vários temas. Seja a morte ("«Enquanto falarmos deles e contarmos as suas histórias, os nossos mortes nunca morrem»"), o amor ("Eu acho que o amor, como muitas outras coisas, não é algo que nasça de repente. Precisa de tempo para amadurecer, como o vinho. Só assim pode ter cheiro, sabor, textura"), ou a vida ("A vida está cheia de literatura. A nós, escritores, cabe-nos olhar com atenção e encontrar esses pequenos detalhes da existência que podem ser transformados em material literário, que podem ser narrados.").
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, dezembro 24, 2008
O Mundo deseja...
... um belo Natal para toda a gente! Espero que desfrutem de tudo de bom que esta quadra oferece.
Assim deseja o mundo...
Assim deseja o mundo...
terça-feira, dezembro 23, 2008
O mundo das revistas...
José Eduardo Agualusa escreve uma coluna na revista Ler em que personifica um escritor já morto! Este mês escolheu Chatwin como escritor e os Moleskine como tema. A ler, reler e guardar...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, dezembro 22, 2008
O mundo dos Oscars...
Soube agora que Jon Stewart não será o apresentador da próxima edição dos Oscars! Para tentar inverter o declínio das audiências, decidiram escolher Hugh Jackman.. Não tenho nada! Pelo contrário, acho-o muito divertido. Mas tenho a certeza que não conseguirá ter aquela acutilância própria dos comediantes. A ver vamos...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sábado, dezembro 20, 2008
O mundo da TV II...
Ando a rever a série Pretender! Confesso que é uma das minhas séries favoritas de sempre... E de repente num episódio que nunca tinha visto, uma das cenas mais hilariantes que já vi em TV! Ah, e é claro, Andrea Parker de lingerie...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo da TV I...
Ontem via o Daily Show e o convidado era o ex-candidato às primárias republicanas Mike Huckabee! Huckabee é o conservador de linha dura, muito ligado à religião e aos valores dito tradicionais. Acabaram a falar sobre o casamento gay. É óbvio que a minha posição está mais ligada ao Jon Stewart, mas o que quero realçar é a forma como duas pessoas com ideia tão diferentes conseguem discutir uma questão tão controversa.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quinta-feira, dezembro 18, 2008
O mundo dos jornais II...
Quem me conhece sabe que sou muito tranquilo, até preguiçoso. Por isso gostei tanto da edição desta semana da revista Única, sob o tema "Abrandar"... Aprendam a abrandar...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo dos jornais I...
Fantástica a entrevista a Adrian Goldsworthy por José Cabrita Saraiva na Tabu de Sábado, a propósito da biografia sobre Júlio César. Uma das mais notáveis figuras da História Mundial, analisada sob todos os prismas. A ler...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, dezembro 17, 2008
O Mundo...
Hoje o menino faz aninhos e como prenda aos seus leitores, não vos vai maçar com os seus escritos...:D
Beijos e abraços a todos...
Assim vai o mundo...
Beijos e abraços a todos...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, dezembro 15, 2008
O mundo da TV..
Com o aparecimento do canal Sci Fi no MEO, ando a rever uma série de que já tinha saudades! Não me lembro do nome em português, mas na versão original era "Quantum Leap". Tratava de um cientista que ia vaijando pelo tempo, tentado corrigir a vida de certas pessoas. Uma bela ideia numa boa série...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
sexta-feira, dezembro 12, 2008
O mundo do humor...
Esta estória é um case-study...
Um amigo meu comprou um frigorífico novo e para se livrar do velho,
colocou-o em frente do prédio, no passeio, com o aviso:
'Grátis e a funcionar. Se quiser, pode levar'.
O frigorífico ficou três dias no passeio sem receber um olhar dos passantes.
Ele chegou à conclusão que as pessoas não acreditavam na oferta.
Parecia bom de mais para ser verdade e mudou o aviso:
'Frigorífico à venda por 50,00 €. No dia seguinte, tinha sido roubado!
Assim vai o mundo...
Um amigo meu comprou um frigorífico novo e para se livrar do velho,
colocou-o em frente do prédio, no passeio, com o aviso:
'Grátis e a funcionar. Se quiser, pode levar'.
O frigorífico ficou três dias no passeio sem receber um olhar dos passantes.
Ele chegou à conclusão que as pessoas não acreditavam na oferta.
Parecia bom de mais para ser verdade e mudou o aviso:
'Frigorífico à venda por 50,00 €. No dia seguinte, tinha sido roubado!
Assim vai o mundo...
quinta-feira, dezembro 11, 2008
O mundo...

Tomemos o pior cenário e pensemos que esta fotografia é verdadeira! O que representa ela? O pior da pobreza? A crueldade das crianças? O desrespeito pelos mais velhos? Tantas abordagens e nenhuma delas positiva. Há fotos que conseguem captar a beleza do ser humano. E outras, como esta, podem mostrar como podemos ser inacreditavelmente desumanos. É uma foto que me chocou! Que me deixou triste. Mas como diz a canção: "Tudo existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado"...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, dezembro 10, 2008
O mundo dos jornais...
Na Tabu de Sábado, uma entrevista rápida ao meu mestre Luis Sepúlveda! Controverso e frontal como sempre, fala de literatura ("A ficção entra na realidade, mas quase todas as histórias nasceram da observação de factos reais") e de política ("A única coisa que isso veio demonstrar é que os americanos são menos racistas. Nada mais."). É sempre bom lê-lo!
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
terça-feira, dezembro 09, 2008
O mundo da Tv...
Ontem na FOX, a segunda série de "Heroes"! Tudo porque hoje começa a terceira série...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, dezembro 08, 2008
O mundo dos filmes...
Passado muito tempo da sua estreia, vi o Amor em Tempos de Cólera. Não é igual ao livro, mas nunca se deve esperar isso de um filme. Está bem adaptado à sétima arte, sem perder nenhum dos elementos principais! É óbvio que parece um resumo mas consegue alguma harmonia do argumento. De salientar Javier Bardem num fantástico Florentino Ariza.
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo das letras...
Mais uma grande personagem das letras que nos abandona... Alçada Baptista deixou-nos! Fica a sua obra...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, dezembro 03, 2008
O mundo dos filmes...
Ainda não tinha visto o Batman Begins! E queria ve-lo antes de ver o último Batman em que Heath Ledger fez a sua última aparição. É de facto uma versão mais negra, mais filosófica até. Oferece-nos o lado mais humano do Homem Morcego, com todos os seus defeitos e falhas. Gostei...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
terça-feira, dezembro 02, 2008
O mundo da TV...
Fantástico o programa que deu ontem na RTP1 e que repete hoje a 0h30 na RTP2. Chama-se XPress 2008 e fala da realidade na América do Norte e do Sul. A não perder...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
segunda-feira, dezembro 01, 2008
O mundo da blogosfera...
A todos os meus leitores e autores dos blogs que visito: não mais este vosso escriba fará comentários! Sem explicações e com um pedido de desculpa...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
O mundo dos jornais...
A Unica deste Sábado é dedicada ao frio... Livra, eu lá preciso de uma revista para me lembrar o frio que está...
Assim vai o mundo...
Assim vai o mundo...
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