terça-feira, outubro 09, 2007

O mundo de Che...



Che Guevara morreu há 40 anos. Para sempre ficará a sua imagem de rebelde, um ícone para muitos jovens. Qualquer pessoa tem coisas boas e más. Che não era apenas aquele retrato santificado que Gael Garcia Bernal personificou nos Diários de Che Guevara. Não! Ele fuzilou ou mandou fuzilar espiões, traidores, etc. Mas quantos dos heróis de outras guerras não o fizeram? Quantos em nome do Bem ou dos Aliados não executaram sumariamente? Não se trata de analisar friamente como combatente, porque se assim for, nenhum chefe de estado de um país democrático escaparia... Muitos cubanos com quem falei na minha viagem fazem muita distinção entre Che e Fidel! Talvez que ele não tivesse tido tempo de fazer as asneiras que Fidel fez, mas dão-lhe o benefício da dúvida. Não esqueçamos que Che era argentino e no entanto foi lutando por pátrias que não eram a sua. Depois a sua formação de médico, Fidel é de direito, tornava-o mais querido aos olhos das pessoas! O facto de dar consultas grátis, o facto de andar de trasnportes públicos enquanto foi ministro, a sua própria debilidade da fortíssima asma que o tornava mais humano (ao contrário Fidel só agora parece quebrar ao avanço da idade), conferia-lhe uma aura de intocável aos olhos dos cubanos. Não de santo, mas de mito. E todos sabemos a força que um mito tem. E Fidel também o sabia. À boca pequena corre ainda o boato que não foi a CIA que o matou, mas sim o seu companheiro de luta Fidel. Não era a primeira vez nas hostes do comunismo (lembre-se Estaline e Trotski), e abriria caminho a Castro na sua cruzada... Como todos os mitos, ainda há um certo mistério da morte de Che na bruma boliviana. Talvez esta nunca chegue a ser desfeita! Porque é no mistério que os mitos vivem... Por isso ele tem direito a uma das fotos mais famosas do mundo e a uma canção que muitos conhecem...



Assim vai o mundo...

8 comentários:

Som do Silêncio disse...

Olá Francisco!

Gostei de te ler sobre este tema, e gostei da música.

Beijo Silencioso

Anónimo disse...

Confesso que os mitos me causam algumas dúvidas, questiono-me sempre sobre como seria a sua vida para além dos ideais, em que se transformariam quando o futuro se tornasse presente. Mas o Che tem um "quê" diferente: desde logo o não comodismo à situação conquistada, interveniente na vitória da Revolução cubana saiu deste país, quando podia usufruir dos louros, para continuar a lutar pelo bem-estar da América Latina, depois há o estranho fascínio que a foto de Alberto Korda exerceu (e exerce) em todos os que se identificam com aquele olhar de dor e revolta e, para além de tudo isso não consigo deixar de me sentir fascinada por um homem que afirmou:"É preciso ser duro, mas sem perder a ternura, jamais..."
Complexo, Che só pode gerar sentimentos complexos.
Carla

Francisco del Mundo disse...

som, é um prazer escrever e ser lido...
Beijo

Francisco del Mundo disse...

Carla, subscrevo tudo... Não consigo aprovar tudo que ele fez mas não posso deixar de sentir um cerot fascinio por essa figura marcante do século passado! Mas eu tenho tendência a gostar de rebeldes...:D
Beijo

Anónimo disse...

Estar doente nem sempre é mau! À custa disso pude ver dois episódios do canal História sobre o CHE!
E ler-te agora não deixa de ser agradável. Parabéns!

vf disse...

Comentar este homem ou outros similares é inefável.
Dizer o quê?
40 anos depois a sonoridade Che é-nos familiar.
Penso que isto diz tudo!
Bj

Francisco del Mundo disse...

noivo, belo canal... Aprende-se muito! Já comigo não se aprende muito...:D
Abraço

Francisco del Mundo disse...

vf, pessoas que ganham a força de mitos...:D
Beijo