Gosto de ler. Não, é pouco! Adoro ler! Tanto como escrever. Porque as letras dos outros são as mesmas que as minhas, apenas ordenadas de outra maneira...
Arrepia-me ouvir alguém a dizer que não gosta de ler. Um sacrilégio tão grande como não gostar de respirar. Bem, seja como for, leio o mais possível, mas em tempo de férias, abuso, exagero, excedo...
Acabei ontem de ler a Praia Roubada de Joanne Harris. Já tinha lido dela o Chocolate, Cinco quartos de Laranja e Vinho Mágico. Digamos que é a minha escritora "light". Não obriga a pensar muito, fala de lugares pitorescos e remotos (neste caso, Les Sallants) e descreve sensações (gustativas, olfactivas, auditivas e afectivas). Peço desculpa por não ler Margarida Rebelo Pinto, mas para "light", já tenho a Joanne.
Antes desse, tinha lido dois livros pequeninos de uma penada, aproveitando o preço da chuva de 1,50 euros de cada um.
Assim, o Caderno Vermelho do Paul Auster foi uma agradabilíssima surpresa. São umas 70 páginas com estórias estranhas que o autor foi apontando no seu caderno vermelho. Foram episódios pré-fama mundial, o que lhes confere um realismo mais tangível. É o meu tipo de livros: pequeno, fácil, com estórias quotidianas e um certo toque de absurdo.
Já o segundo livro, foi a minha iniciação a Camilo José Cela, Prémio Nobel em 1989. O título é Onze Contos de Futebol!É um tema que me devia prender a atenção, mas confesso que em poucos momentos me entusiasmou. São pequenos contos com personagens estranhas, caricaturais, mas que só a espaços me fizeram rir. Darei, a seu tempo, uma segunda oportunidade ao Senhor Camilo.
Antes destes três livros, aquele que me fez inverter a ordem cronológica desta explanação! Li o maravilhoso Confesso que vivi de Pablo Neruda. Devo dizer que nunca li um verso que fosse do poeta chileno (talvez porque só nos últimos anos começasse a gostar de poesia), mas atirei-me à autobiografia. "Confesso que vivi" é um testemunho na primeira pessoa de um poeta sul-americano, mas sobretudo chileno. A influência desse país único (tão vísivel em Mestre Sepúlveda), nota-se ao longo da vida do autor. Foi consul diplomático por todo o mundo. Foi amado e odiado por compatriotas e estrangeiros. Ajudou Allende a construir a mais bela e éfemera democracia da História Mundial. Amou e voltou a amar. Escreveu e voltou a escrever. Lutou e desiludiu-se nos seus ideais. A biografia não é elogiosa nem crítica. Aliás, ele apaga-se enquanto personagem. Como se a vida, e não ele, fosse o protagonista.
Pois bem, se foi com Sepúlveda que encontrei o meu estilo de escrita, foi com Neruda, que descobri como fazer o relato da minha vida. No dia em que fizer 25 anos, terei a primeira parte da minha vida descrita...
Agora segue-se Os novos contos da Montanha de Torga...
Assim vai o mundo...
quarta-feira, agosto 02, 2006
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5 comentários:
ola Mundo temos gostos literários parecidos... adoro sepulveda tenho os livros todos que estão editados em Portugal.. Joanne Harris compartilho a tua opinião...
aconselho SVEVA Mondaganti Acgho que é assim que se escreve tambem light...
Neruda sem duvida e estaria aqui o dia inteiro a escrever sobre livros...
Por isso o melhor é ficar por aqui...
não li nada disso não comento!
estou a ler "a porta" de magda szabo e "bons augurios" de 2 autores q n sei o nome
que achas??
eu, da Joanne li agora o Xeque ao Rei e é muito beom...
a simplicidade tocante de Torga, encanta-me; se não leste, lê os Bichos, a seguir...
Psique, somos os dois pessoas de bom gosto!!:) Da Sveva já li o Baunilha e Chocolate, e gostei, sobretudo porque é na minha bella Italia! Ah, podes falar à vontade, se for de livros ainda melhor...
Monica, tens de de ler pelo menos o Caderno ou o Neruda...:D Essses dois titulos, não os conheço mas vou informar-me...
Iva, falta-me esse da Joanne e esse do Torga...:D
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