O mundo da moda...

Já tive várias discussões sobre o facto de algumas pessoas considerarem a moda como arte. Continuo a defender que não o é, mas sim uma expressão artística...
Um dos primeiros argumentos que me salta à vista é o facto de ser tão éfemera. Mesmo falando de alta costura (talvez a máxima expressão da moda), crio que as peças são de tal forma pouco perenes que sinceramente só me lembro do padrão Roberto Cavalli, da sobriedade do Tom Ford e de ninguém ter melhores smokings que o Armani. Tudo o resto não provoca uma impressão duradoura...
É possível a uma pessoa, minimamente, reconhecer se um edifício é românico ou gótico, se uma pintura é impressionista ou surrealista, se o "Pensador" é de Rodin, ou se o Romeu e Julieta é do Shakesperare. Enquanto que peças de roupa famosas, é raro encontrar exemplos. Até porque, e pensemos por exemplo nas calças á boca de sino, a moda é um contínuo ciclo. É esta talvez a sua melhor e pior caracteristica. Se por um lado a contínua rotação faz com que padrões antigos sejam resgatados muitas vezes, por outro lado a "ditadura da moda" é um perigo. O facto de muitas pessoas se padronizarem pode fazer com que quem não segue a moda, seja excluído. Cada um de nós precisa de ter a sua moda. Até porque se olharmos para trás e pensarmos nas permanentes nos cabelos dos anos 80 ou o corte "à poeta" do Figo dos anos 90, temos de nos rir. Devemos seguir as modas que achamos que nos fiquem bem, por muito que os costureiros e cabeleireiros nos chamem antiquados. Quando descobrimos uam forma de vestir ou corte de cabelo que gostamos, devemos manter nele. Criar uma identidade...
Gosto de dizer que sou "fashion-sensitive" (porque gosto de estar informado), nunca serei "fashion-victim" (acho uma falta de personalidade estranha) e tenho gozo quando sou "fashion-maker"... Vai daí decidi deixar crescer o cabelo como na década de 70! Vou reviver o Jim Morrison...

(deixo-vos o fantástico People are Strange dos The Doors)



Assim vai o mundo...